Diante da grande preocupação com a estética corporal na sociedade atual, muitos jovens são capazes de fazer qualquer loucura para se manter dentro do padrão de beleza determinado pela mídia. Assim, as pessoas passam a ser escravos da beleza e não há mais espaços para aqueles que não se enquadram em tais exigências.
A polêmica da vez gira em torno do aumento do consumo de um perigoso composto que promete “queimar” a gordura do corpo. A perigosa pílula está preocupando autoridades de saúde pública em todo o mundo.
Mais conhecida como DNP, a substância 2,4-dinitrofenol era usada originalmente para a fabricação de explosivos, mas já faz um tempo que é cada vez mais comercializada, de forma ilegal, pela Internet em forma de cápsulas, pó ou creme, sendo procurada por pessoas que querem emagrecer ou reduzir a porcentagem de gordura em seu corpo.
O uso do DNP como emagrecedor não é novo. Já na década de 30 foi descoberto que essa substância aumentava a taxa metabólica e permitia a perda de peso. Entretanto, o alto número de efeitos colaterais e mortes fez com que a Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, proibisse o composto em 1938 e ele acabou catalogado como uma “substância extremamente perigosa e não apta para o consumo humano”.
A modinha do uso do DNP, no entanto, parece estar crescendo novamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a substância “já causou doenças graves e mortes em vários países nos últimos três anos”.
Neste ano, apenas na Grã-Bretanha foram 30 casos de intoxicação pela substância (contra nove casos em 2014). E dos intoxicados, cinco acabaram morrendo.
Por isso, o Departamento de Saúde Pública da Inglaterra decidiu fazer um alerta no dia 11 de dezembro, advertindo sobre o “ressurgimento” desse tipo de intoxicação, principalmente entre adolescentes e jovens.
Outro fator preocupante é que de acordo com a Agência Espanhola de Consumo, Segurança Alimentar e Nutrição (Aecosan), muitas páginas na web que vendem o DNP se passam por empresas farmacêuticas. A OMS e a Interpol (a agência internacional de polícia criminal) também emitiram informes alertando sobre o aumento do consumo desse composto.
Existem tantas formas saudáveis de se manter em forma. Então para quê arriscar a saúde, não é mesmo?
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