Evite multas e pagamento de juros no período de greve

Comportamento

Há alguns dias o Brasil enfrenta o caos decorrente da greve nas agências bancárias e dos correios. Os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) entraram em greve desde o dia 14 desse mês. A classe reivindica um piso salarial de R$ 1.635 – hoje, o valor pago é de R$807 – mais a reposição da inflação de 7,16% e das perdas salariais de 24,76% desde 1994 à 2010. Com a greve, mais de 35 milhões de correspondências que deveriam ser entregues diariamente não chegaram ao destino.

Já os bancários entraram em greve na última terça-feira, dia 27, em praticamente todos os estados brasileiros! Então, sem agências dos correios funcionando normalmente e também com a ausência do funcionamento das agências bancárias, o que o consumidor pode fazer para não sair prejudicado em meio as greves por melhores condições salariais? O No Pátio mostra o que fazer para evitar o pagamento de multas e juros em tempos de greve dos funcionários dos Correios e das agências bancárias.

Se a fatura não chegar:

Caso as faturas não cheguem, entre em contato com a empresa responsável por enviá-las e solicite outra forma de pagamento, que pode ser pela Internet, casas lotéricas ou depósito. Muitas empresas já tomaram a iniciativa de postergarem a data de vencimento, justamente devido a greve dos correios e enviaram também a segunda via para os clientes. É necessário saber se a segunda via é valida para efetuar normalmente o pagamento.

Se não tiver como pagar no banco:
Se não houver, de forma alguma, a possibilidade de efetuar o pagamento fora das agências bancárias, é preciso que o cliente entre em contato com a empresa e peça possibilidades de pagamento. Não havendo outras formas, o que resta é negociar e tentar adiar o vencimento da conta.

Documente-se:
Para sua segurança e também com o objetivo de evitar futuros aborrecimentos, sempre anote o protocolo ou até mesmo entre em contato com a empresa e pegue a gravação do atendimento. Isso aumenta a margem de segurança porque, caso o fornecedor mostre outras formas de pagamento, você poderá comprovar o que, de fato, aconteceu e as novas alternativas que lhe foram dadas. Assim, não haverá a possibilidade da empresa cobrar multa ou juros.

Quem espera pode pagar multa:
Esperar as greves acabarem para colocar todas as contas em dia não é uma escolhe certa. Quem não procura outras formas de efetuar o pagamento, pode e deve arcar com juros e multas previstas no contrato. O consumidor corre o risco até mesmo de ter o nome levado ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) como devedor. Então, esperar o fim das greves sem procurar meio alternativos para pagar as contas é, sem dúvida, prejuízo certo.
Quem ficar esperando as greves acabarem para pôr suas contas em dia poderá ter que arcar com juros de mora e multa pelo atraso no pagamento da fatura. O consumidor corre o risco, inclusive, de ter seu nome incluído no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) como devedor.

Segundo a Febraban ( Federação Brasileira dos Bancos), existem 179 mil caixas eletrônicos em todo o Brasil e mais de 165 mil correspondentes. Em relação as contas mais urgentes, como as de água, energia e telefone, a orientação é de que os clientes procurem as empresas e negociem uma alternativa para efetuar o pagamento dentro do prazo estabelecido. Além da possibilidade dos correspondentes, os clientes têm a possibilidade também do débito direto autorizado – que posteriormente é liberado em conta corrente pelo caixa eletrônico – a também o débito automático.

No caso de atraso no pagamento em alguma fatura, as taxas de multas serão cobradas pelas empresas referentes e os valores chegam em faturas do mês seguinte. É importante lembrar que se houver a necessidade de sacar dinheiro na boca do caixa, o cliente deve entrar em contato com o banco e solicitar uma senha.

De acordo com a PROTESTE – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, a greve é um direito garantido pela Constituição ao trabalhador. Mas é obrigação da empresa garantir aos clientes a prestação de serviços essenciais, por exemplo, a compensação bancária e de cheques.

Nunca é demais lembrar que, o consumidor que não tem o hábito de usar caixas eletrônicos e queria passar a usar – por razão das greves – é extremamente importante ficar atento com a segurança e não pedir – em hipótese alguma – ajuda a estranhos, visto que nesse período aumentaram muito a quantidade de golpes dessa natureza.

 

Fotos: Reprodução

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