O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é uma doença neurobiológica de causas genéticas. Ela aparece mais comumente na infância e frequentemente acompanha o indivíduo ao longo de sua vida. Os sintomas clínicos desse transtorno podem começar antes dos doze anos e persistir na vida adulta, mas, na maioria dos casos, os sintomas tendem a diminuir com o crescimento.
O TDAH pode não ser superado na adolescência, o que causa impactos negativos em diversas áreas da vida do indivíduo se não receber tratamento adequado. O Dr. Mario Louzã, especialista em psiquiatria da Associação Brasileira de Psiquiatria, explica que certos sintomas do transtorno, como dificuldade para prestar atenção, concentração, memorização, hiperatividade, impulsividade, dificuldades no aprendizado e no relacionamento com familiares, amigos e professores, levam a prejuízos nos âmbitos familiar, escolar e social na infância e adolescência.
Segundo o médico, os adolescentes têm maior risco de se tornarem usuários de drogas devido à impulsividade, apresentando um grau de agitação muito mais elevado em comparação aos colegas da mesma idade.
O especialista explica que na vida adulta, atividades aparentemente simples de serem realizadas como prestar atenção durante longos períodos de tempo, iniciar e terminar projetos, gerenciar o tempo, organizar as tarefas que devem ser cumpridas e definir prioridades, tornam-se dificultosas para a pessoa com TDAH, demonstrando-se não naturais ao tipo de comportamento e raciocínio que são constituídos naqueles que apresentam o problema.
“No caso dos adultos, a tendência é uma inquietação mental, como se o pensamento não desligasse. Além da impulsividade, o paciente com o transtorno age sem pensar. Muitas vezes são pessoas impacientes, que não esperam a vez e fazem coisas das quais se arrependem depois”, afirma o especialista.
Além disso, o adulto com TDAH tende a render menos no trabalho, apresenta dificuldade para terminar a faculdade, tem problemas nos relacionamentos conjugais e maior risco de acidentes na direção de automóveis e veículos em geral.
A doença tem uma base tipicamente genética. É bastante comum encontrarmos na família do paciente, outras pessoas com o TDAH. O tratamento adequado envolve uma equipe multiprofissional, composta por médicos, psicólogos, psicopedagogos e fonoaudiólogos.
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