Você sabe o que a escritora Virginia Woolf, o matemático Alan Turing e até a fictícia Lisa Simpson têm em comum? Pois bem, essas três personalidades são consideradas estrelas solitárias, isoladas apesar de seu brilho. A questão pode parecer um assunto que atinge apenas alguns poucos privilegiados – mas os conceitos e ideias por trás dessa impressão vão muito além.
Uma pesquisa publicada pela revista científica British Journal of Psychology aponta que quanto mais as pessoas muito inteligentes precisarem socializar, mais insatisfeitas estarão com a vida. Esse seria o motivo dos chamados “gênios” tenderem a ser solitários.
Para chegar aos resultados, os psicólogos evolucionistas Satoshi Kanazawa, da London School of Economics, na Grã-Bretanha, e Norman Li, da Universidade de Administração de Singapura, em Singapura, questionaram 15.000 pessoas, com idade entre 18 e 28 anos, sobre a felicidade. Foram analisados também dados como a densidade populacional do local onde os voluntários viviam e a frequência de interação com os amigos.
O estudo se baseou na teoria da savana, proposta em 2004 por Kanazawa. Segundo a tese, ancestrais que viviam na savana Africana precisavam ser sociáveis para sobreviver a um ambiente hostil. Naquele tempo, a população era escassa, com cerca de 150 integrantes por grupo. Os pesquisadores acreditam então que, por causa da herança ancestral, a maioria das pessoas atualmente relata sentir-se mais feliz quando vive em lugares com menor densidade demográfica e quanto mais convive com amigos e familiares.
Entretanto, essa teoria não se aplica para aqueles que são muito inteligentes. No caso de pessoas com QI muito alto (os considerados “gênios“), a densidade demográfica baixa não aumenta a sensação de felicidade. Além disso, quanto mais elas precisam socializar com outras pessoas, a satisfação delas com a vida tende a ser menor.
Isso não quer dizer que todo mundo com um QI alto seja um gênio solitário. Mas de fato, é algo intrigante. E você, se considera uma pessoa de muitos ou poucos amigos?
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