Respeitar o tempo de cada criança. Essa é a meta do Movimento Slow Parenting, ou “Pais sem Pressa”. O mundo conectado, cada dia mais apressado e cheio de exigências faz você cumprir ansiosamente milhares de tarefas e muitas vezes levam seus filhos para fazer o mesmo, sem ao menos se perguntar o que é importante para eles. E por causa de inseguranças, incertezas e medos podem projetar essas inseguranças em nos filhos.
A realidade é que o mundo, infelizmente, é competitivo e ainda está aprendendo a levar em conta as características individuais, o que acaba forçando para que você se encaixe em estereótipos e corra muito para atender às exigências que lhes darão credibilidade e status. Sim, isso se chama pressão. Quem nunca se pegou ansiosa e insegura, pensando em não estar preparando seu filho corretamente para o futuro?
Essa preocupação em atender tudo reflete na impaciência e inquietação que acaba se transferindo para os pequenos. Você lota a agenda deles com diversas atividades e quer cada vez mais resultados, gerando angústia e estresse. Claro que boas atividades são bacanas, mas isso deve ser feito de forma leve e prazerosa, sem o peso das responsabilidades de um adulto.
E é isso que o movimento Slow Parenting e o Pátio Hype convida você a refletir. Viver uma vida com menos compromissos e mais tempo em família, com brincadeiras ao ar livre, menos eletrônicos e mais contato com a natureza, respeitando o ritmo e o aprendizado de cada criança. O resultado será crianças mais felizes, espontâneas e satisfeitas com a presença dos pais e amigos, sem tanta necessidade de consumo.
Que tal algumas dicas para exercitar no dia a dia? Não é nada fácil por ser uma mudança que irá impactar em toda a rotina familiar e de hábitos. Mas você pode adotar aos poucos. Vamos lá?
1.Exercite a presença e ofereça tempo de qualidade
O Slow Parenting trata da conexão e presença que os filhos precisam para que se sentir autoconfiantes e com uma autoestima forte. Já se pegou mexendo no celular enquanto brincava no chão do quarto com seu filho? É disso que se trata. Estar realmente presente, curtindo e aproveitando cada momento é fazê-lo compreender o quanto ele é realmente importante para você.
2.Respeite o ritmo de seu filho
Imagine a seguinte situação: Você está assistindo a sua série favorita, totalmente interessada e hipnotizada por aqueles episódios, quando de repente alguém chega e lhe diz que acabou, que você está atrasada e precisa desligar a TV. É muito frustrante, não? Com a criança acontece o mesmo. Em seu mundo infantil, ela vê as coisas ao seu redor com um brilho e encantamento diferentes do seu e respeitando isso você o estará ensinando a saborear a vida com leveza e prazer e a valorizar o que lhe faz bem. Não existe saúde emocional sem autoestima, o que passa diretamente por valorizar as coisas simples que trazem bem estar. Então, respeite cada momento de encantamento, experimentação e descoberta que seu filho tiver e respeite também o tempo dele para isso.
3.Tente ficar longe da tecnologia por algum tempo
A tecnologia é algo que facilita a vida de todo mundo, adultos e crianças, seja qual for a idade. Mas é importante perceber como ela impede a conexão e diálogos rotineiros. Exercite desligar aparelhos de TV, rádio, computador e tablets por alguns momentos, criando rotinas em que se possam ouvir uns aos outros, deem risadas, conte como foi seu dia, converse! A amplie e o reforce os vínculos familiares.
4.Aprenda a escutar com atenção
Crianças precisam perceber que suas ideias e pensamentos são valorizadas e escutadas, que suas opiniões são levadas em conta, principalmente em escolhas relacionadas a ele próprio. Conheça os interesses do seu filho e demonstre que se preocupa e leva em consideração aquilo que é importante para ele. Pequenos e simples gestos farão muita diferença para que seu filho sinta-se reconhecido, apreciado e saiba que tem poder de voz.
5.Invista na organização da rotina
Sim, você precisa dar conta de todos os afazeres e rotinas, que não são poucos. Mas lembre-se que crianças demoram mais tempo para finalizar tarefas do que os adultos e é preciso haver uma organização familiar que respeite esse ritmo. Por exemplo, você não pode exigir que seu filho movimente-se pela manhã com a mesma agilidade que você tem, pois o ritmo dele é outro e a responsabilidade pela organização do tempo é do adulto. Então, organize-se para que aquela irritação do atraso não sejam frequentes no âmbito familiar.
6.Dê limites de maneira respeitosa
Seu filho precisa ter claro que não será punido por cometer um erro e sim quando transgredir um limite que foi pré-estabelecido entre vocês e que irá afetar sua segurança ou quebrar uma barreira ética. Dar limites não significa distanciar-se emocionalmente de seu filhote, que não precisa ter medo de você, e sim temer desrespeitar acordos previamente combinados e que trarão consequências. Isso vai prepará-lo para lidar com as regras sociais e de segurança ao longo da vida, tornando-se um adulto ético e responsável. Mas para que ele compreenda isso, mantenha sempre o diálogo respeitoso, fazendo-o sentir que tem acesso a você, o que vai estreitar os laços e dará a ele a garantia de que tem com quem conversar sobre suas dificuldades, sem sustos ou abalos.
7.Crianças precisam de descanso mais do que você
Se você impõe uma rotina exaustiva a uma criança, seja de eventos sociais ou compromissos diários, sem levar em conta sua necessidade de descanso, não pode reclamar da choradeira quando acontecer (e vai acontecer). Os adultos, já ficam irritados e estressados quando estão cansados, imagine crianças que ainda estão aprendendo a lidar com as suas emoções. Pegue leve e respeite muito o tempo de descanso que seu filho precisa.
8.Deixe que ele brinque muito
Deixar que seu filho tenha tempo livre para brincar, exercitar a criatividade, seja com você, com outras crianças ou sozinho é fundamental. Muito mais importante do que as atividades programadas, ter espaço livre para brincar e fazer o que gosta é essencial para que possam ser realmente crianças de forma espontânea e exercitem sua imaginação.
9.Ensine-o a respeitar e valorizar suas emoções e sentimentos
Que tal, ao invés de dizer ao seu filho “Você está com raiva, que criança feia você é!”, você dizer “Você tem todo o direito de ter raiva e isso acontece de vez em quando com qualquer pessoa, só não pode machucar nada nem ninguém por isso, ok?”. Todos tem emoções negativas e condenar uma criança por isso é ensiná-la a negar e reprimir as próprias emoções. Mas se ao contrário, você não julgar o que ele sente e oferecer apoio, ele se sentirá seguro o suficiente para lidar melhor com isso. Ensine seu filho a identificar suas emoções e a direcionar o que for negativo de forma produtiva. Acredite, você fará um bem enorme para a autoestima do seu filho, deixando-o muito mais calmo e seguro com isso.
10.Aprenda a lidar com suas emoções
Educar filhos para que sejam felizes e saudáveis envolve sim, autoconhecimento e inteligência emocional. Eles são influenciados diretamente pela forma com que você lida com suas emoções e comportamentos, e como relaciona-se com o mundo. Cuide de sua saúde emocional, entendendo e aceitando melhor o que sente, investindo em tempo de qualidade consigo mesmo e em formas de administrar sua aflição e ter mais relaxamento. Saiba que isso não fará bem somente para você, mas irá impactar na forma como você educa e cuida dos seus filhos.
A reflexão é indispensável quando se trata da criação dos seus babys, certo? Um pouco de determinação e você poderá seguir as dicas do Pátio. Depois é só compartilhar nos comentários, quais foram as maiores mudanças que você percebeu?
Fotos: Reprodução