Um cineasta nascido no Maranhão e radicado no Ceará não desistiu da sua ideia de fazer um documentário mostrando a realidade de pessaos trans no Brasil. Nem mesmo depois de ter visto o presidente da república debochar de seu projeto e barrar a captação de recursos via Ancine para a produção. Mas apesar de toda as dificuldades, o documentário Transversais não só ficou pronto, como foi muito bem recebido nos festivqais e agora está na Netflix.
Dirigido por Émerson Maranhão, Trasnversais conta com depoimentos de quatro pessoas trans que vivem o Ceará. São elas Samilla Marques, funcionária pública; Érikah Alcântara, professora; Caio José, enfermeiro; e o estudante e antropólogo Kaio Lemos. Além disso, o longa ainda conta com a participação de uma mulher cisgênero que é mãe de uma adolescente trangênero e participante do coletivo Mães pela Diversidade.
Transversais sofre censura de governo
Em 2019, o presidente da repúblico publicou o veto à captação de recursos da Ancine para projetos que envolvessem a temática LGBTQIA+. Na época, ele chegou a debochar do documentário. “Olha o tema: ‘sonhos e realizações de cinco pessoas transgêneros que moram no Ceará. O filme é isso daqui, conseguimos abortar essa missão”, declarou. Mas isso não impediu Maranhão de ir em busca de sua realização. E com recursos da Lei Aldir Blanc ele conseguiu tirar o projeto do papel. Em fevereiro deste ano, o longa estreou no circuito comercial. Ele também foi transmitido em festivais dentro e fora do Brasil, sendo sempre bem recebido pela crítica.
E agora, Transversais acaba de estrear também no Streaming. Recentemente ele foi disponibilizado na Netflix. Para o diretor, a ideia é dar ainda mais protagonista à comunidade trans. “Dar voz e o lugar de protagonista para pessoas trans é um trabalho de formiguinha e essa é a nossa missão. Com a ida do filme para a Netflix, nós conseguimos potencializar ainda mais esse protagonismo”, disse ele em entrevista ao Gazeta Web.
Fotos e vídeos: Reprodução