“Temos que provar que esse mundo que julgamos possível e real é também um mundo em que cabe um alerta, sobre a necessidade de um compromisso de todos os países do mundo”, afirmou a presidenta Dilma Rousseff, hoje (13), na inauguração do Pavilhão Brasil na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Dilma disse ainda que, “a Rio+20 faz parte de um processo que começa com a Rio 92”. Por isso, “teremos que dar outra partida, outro início, um recomeço”, pontuou, citando como a Rio 92 conseguiu colocar o meio ambiente na agenda internacional naquela época.
A presidenta defendeu um modelo econômico que englobe “preservação”, “construção” e “crescimento”. As últimas falas de Dilma sobre a Rio +20 tem sido de defesa da chamada “economia verde”, solução para os problemas ambientais, segundo os governantes e ideia não tão bem aceita pelos ambientalistas. “Temos um desenvolvimento e modelo de desenvolvimento e não achamos correto mudá-los ao sabor das crises”, disse. Mais de 120 países confirmaram presença na conferência.
Segundo Dilma o Brasil é exemplo para outros países emergentes. “Nós confluímos e convergimos para afirmar que os povos dos países emergentes, da África, da Ásia e da América Latina, que não partilharam dos frutos do desenvolvimento, possam partilhar através de um programa de inclusão social. Isso é possível fazer”, afirmou. A inauguração do pavilhão contou com apresentações culturais brasileiras. “Aqui [no Pavilhão Brasil] apresentamos exemplos concretos de como o Brasil cumpre seus compromissos, aliás assumidos de forma voluntária. Consideramos que a sustentabilidade é um dos eixos centrais da nossa concepção de desenvolvimento.”
Rio +20 hoje
Foi inaugurado o Pavilhão Brasil. O espaço traz uma mostra contando a evolução do desenvolvimento sustentável brasileiro. Vai funcionar hoje (13) e amanhã, no Parque dos Atletas.
Na parte da manhã, também aconteceu a abertura solene da Rio +20 no Riocentro. Na ocasião o secretário-geral da ONU para a Rio+20, Sha Zukang, falou sobre o andamento do documento da conferência. “Precisamos acelerar drasticamente o ritmo, temos apenas três dias de negociações, são dias onde tudo ou vai ou racha, em que precisamos nos concentrar nas discussões-chave. Uma grande responsabilidade está sob nossos ombros, simplesmente não podemos errar”.
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De hoje até sexta-feira (15), o Comitê Preparatório da Rio+20, realiza suas últimas rodadas de negociações sobre o documento final que será levado aos chefes de governo. O documento tem cerca de 400 pontos e vai nortear as discussões e compromissos oficiais da Rio +20 assumidos pelos países. “Tem pontos onde a pendência é acertar um adjetivo ou uma vírgula, mais simples, e outros, mais complicados porque tem questões políticas envolvidas”, disse o secretário.
Foi realizado também o evento paralelo, “Rio 92, para onde foi? Rio+20, para onde vai?”, organizado pelo WWF. O evento foi marcado pelo lançamento de uma publicação sobre os 20 anos entre as duas conferências da ONU. A Rio +20 terá cerca de 2 mil eventos organizados pela sociedade civil, empresários, governos e especialistas ocorrendo pela cidade do Rio de Janeiro durante a conferência. A Cúpula dos Povos, que começa dia 15, é um dos mais esperados.
Juventude na Rio +20
Público que será expressivo durante a conferência já começa a deixar sua marca. Ontem (12), eles encerraram a Youth Blast – Conferência Internacional de Jovens para a Rio+20. Na ocasião o evento divulgou uma declaração intitulada “A juventude constrói hoje um novo mundo!”, destacando que a Rio+20 deve pautar alternativas ao atual modelo de produção e consumo.
Entre os vários temas e suas respectivas propostas, a declaração discorre sobre: participação e governança; educação, ciência, tecnologia e trabalho decente; direito à cidade, e; juventude rural e comunidades e povos tradicionais.
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Fotos e Vídeo: Reprodução
