Diversidade tem sido a palavra que identifica a Rio +20 no Rio de Janeiro. Gente de várias partes do mundo, diversas culturas e idades com objetivos diversos, mas querendo construir coletivamente uma forma de melhor convívio com o meio ambiente. Neste segundo dia, o foco central ainda tem sido as reuniões do Comitê Preparatório da Rio+20, que tem a missão de terminar o documento final da conferência que será levado aos chefes de governo.
Mesmo não aprovado ainda, o documento já começa a gerar suas polêmicas. Uma proposta do G77+China, grupo formado pelos países em desenvolvimento, apresentada pelo embaixador do Brasil e negociador-chefe da delegação brasileira na Rio+20, André Corrêa do Lago, de criar um fundo anual de US$ 30 bilhões para estimular o desenvolvimento sustentável, não foi bem aceita pelos países ricos. Para ser aprovada, a proposta tem que estar no documento final que será assinado por chefes de governo no encerramento da conferência.
Os vários debates e atividades, tanto oficiais da Rio +20, quanto os que estarão sendo organizados paralelamente por diversos grupos e entidades, estão inseridos em temáticas especificas, como cidades, economia verde, meio ambiente, mudanças climáticas e povos nativos.
Seminários e debates
Hoje (14), pela manhã, aconteceu a Conferência sobre Potencial de Crédito de Carbono nas Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal em Projetos de Assentamentos Gerenciados pelo INCRA no Bioma Caatinga. As discussões sobre a caatinga devem ser bem fortemente pautadas em vários eventos durante as duas semanas da conferência.
Em maio, o Ceará foi cenário para a 1ª Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável do Bioma Caatinga, lá os participantes pediram a inclusão do bioma Caatinga como patrimônio nacional citado na Constituição Federal. Um outro compromisso firmado, foi a mobilização para que seja aprovada no Congresso a Política Nacional de Combate e Prevenção à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. O documento final do encontro será levado a Rio +20.
Nesta tarde acontecerá o Seminário: Comunicação, Cultura e Desenvolvimento, que vai pautar a comunicação e a cultura como meios que podem contribuir para o desenvolvimento sustentável; o Debate sobre Juventude e Sustentabilidade; Palestra – Levantamento Agronômico-Ambiental para Regularização e Desenvolvimento Sustentável dos Territórios Quilombolas, e; pela manhã aconteceu a Conferência de Imprensa no Centro de Convenções Riocentro.
Povos indígenas
Construída na zona leste da cidade do Rio de Janeiro, em Jacarepaguá, a Aldeia Kari-Oca, é o ponto de encontro dos povos indígenas que estarão participando da Rio +20. São 20 etnias vindas de países das Américas e da Ásia, como os Sioux, do Canadá; astecas, do México; e mayas, da Guatemala. Também estão na aldeira diversas etnias brasileiras, entre elas, representantes das tribos xerente, paresi, manoki, terena, gurani kaiwa, guarani, kayapó, pataxó, pataxó hã hã hãe, bororo e xavante.
Para celebrar o momento de união de todas as tribos, os cerca de 350 índios, fizeram ontem (13), uma celebração de acendimento do fogo sagrado ancestral indígena. O medo dos povos indígenas é que seja tirado deles a posse de suas terras e que o desenvolvimento seja o vilão dos recursos naturais. Durante os três dias que estarão reunidos, as 20 etnias vão construir um documento com sugestões que será entregue aos chefes de estado participantes da Rio +20.
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No final desta tarde (14), eles farão a inauguração da Oca dos Sábios e a abertura dos Jogos Verdes, competição disputada entre os índios. Para marcar o início dos jogos, será feita uma cerimônia espiritual, apresentações de danças e a execução do Hino Nacional brasileiro em português e em guarani. Os jogos vão até o próximo dia 22.
Fotos e vídeo: Reprodução