“Reduzir em três quartos, até 2015, a taxa de mortalidade materna. Deter o crescimento da mortalidade por câncer de mama e de colo de útero”. Está é a meta do quinto Objetivo do Milênio da ONU: Melhorar a Saúde das Gestantes. Nos últimos anos, muitas discussões têm pautado a saúde reprodutiva da mulher, principalmente por causa da mortalidade materna. O relatório Razão de Mortalidade Materna (RMM), mostrava que em 1990, eram 140 óbitos para cada mil nascidos vivos no Brasil, em 2007 o número declinou para 75 óbitos.
Em março deste ano, a presidenta Dilma Rousseff, afirmou que a mortalidade materna no país tinha caído. Em comparação ao ano de 2010 à taxa de 2011 tinha sido 19% menor.
“A mortalidade materna vem caindo. Por exemplo, em relação a 2010, no primeiro semestre do ano passado, a mortalidade caiu 19% é um avanço importante. Como mãe e avó, eu sei o quanto a maternidade é o momento especial da vida da mulher. E a preocupação do meu governo é que esse seja um momento tranquilo e seguro para todas as brasileiras”, disse.
Pelo direito de decidir
Desde os anos de 1990, grupos organizados vem tentando pautar uma nova política que assegure a mulher condições dignas e infraestrutura necessárias para uma gravidez com saúde, sem riscos e que respalde constitucionalmente a mulher quando ela não quiser levar adiante uma gravidez.
Movimentos como o Católicas pelo Direito de Decidir mechem com a opinião pública e grandes instituições como a Igreja Católica. Fundada no Brasil em 8 de março de 1993, a organização não governamental feminista “busca a justiça social, o diálogo inter-religioso e a mudança dos padrões culturais e religiosos que cerceiam a autonomia e a liberdade das mulheres, especialmente no exercício da sexualidade e da reprodução”.
“Católicas pelo Direito de Decidir (CDD/BR) trabalha na promoção da cidadania e dos direitos humanos (sexuais e reprodutivos) das mulheres, assim como luta pela igualdade nas relações de gênero, tanto na sociedade como no interior da Igreja Católica e de outras religiões, além de divulgar o pensamento religioso progressista em favor da autonomia das mulheres, reconhecendo sua autoridade moral e sua capacidade ética de tomar decisões sobre todos os campos de suas vidas”.
Entre as principais lutas de grupos feministas como o Católicas, está a descriminalização do aborto. Para estes grupos, a morte de mulheres acontece pelo simples fato de a mulher não ser assistida legalmente se optar pelo direito de não prosseguir com uma gravidez indesejada. Por não ser amparada pela lei, já que o aborto no Brasil é qualificado como crime, mulheres de todo o país recorrem a clínicas clandestinas ou outros meios arriscados para interromper a gravidez e que podem acabar pondo em risco sua vida.
Como uma conquista da luta desses grupos, está a descriminalização do aborto em casos de anencefalia. A decisão foi votada em abril pelo Supremo Tribunal Federal.
“Estão em jogo a privacidade, a autonomia e a dignidade humana dessas mulheres. Hão de ser respeitadas tanto as que optem por prosseguir a gravidez quanto as que prefiram interromper a gravidez para pôr fim ou minimizar um estado de sofrimento. Não se pode exigir da mulher aquilo que o Estado não vai fornecer por meio de manobras médicas”, disse o ministro Marco Aurélio Mello, na justificativa de seu voto em abril.
Sou eu que escolho
Nos últimos dias, várias mulheres mobilizadas pelas redes sociais se reuniram em muitas capitais brasileiras na “Marcha do Parto” para protestar pelo direito que elas têm de escolher quando, e por qual tipo de procedimento terão seus filhos. O fato ganhou notoriedade depois que uma matéria foi veiculada pelo programa “Fantástico” da “Rede Globo”, mostrava como é o parto humanizado, que segundo grupos que defendem a prática a “humanização do parto é um processo e não um produto que nos é entregue pronto”.
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Muitos médicos se posicionaram contrários à prática dizendo que ela oferece maiores riscos a vida da mãe e da criança. As mulheres que defendem o parto humanizado não condenam o parto feito pela obstetrícia médica, mas só querem ter o direito de escolher de qual forma terão seus filhos. Vale lembrar, que todo o processo do parto humanizado deve ser acompanhado de profissionais especializados e só pode ocorrer quando a gravidez não for de risco.
Em ênfase na Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, as mulheres tem se mostrado protagosnistas em várias frentes de discussão e, tem sido voz ativa na busca de outro mundo pautado na sustentabilidade e na garantia da igualde de gêneros.
O que pode ser feito?
- Não se automedicar e não receitar remédios para gestantes;
- Propiciar um ambiente agradável, afetivo e pacífico às gestantes em casa, no trabalho, no dia a dia, dando prioridade a elas, cedendo a vez em filas, auxiliando-as em seu deslocamento e no carregamento de pacotes;
- Presentear uma grávida em situação de desvantagem social com um enxoval para seu bebê;
- Divulgar informações sobre saúde para gestantes e articular palestras em Postos de Saúde, Centros Comunitários e instituições como a Pastoral da Criança;
- Participar de iniciativas comunitárias voltadas para a melhoria da saúde materna e o atendimento à gestante (pré-natal e pós-parto);
- Incentivar o debate entre a universidade, a escola e a comunidade;
- Reunir mulheres grávidas para troca de experiências;
- Incentivar a educação para gestantes.
Ações Positivas que já mostramos aqui
- Cuidados com a saúde reprodutiva;
- Projeto “Pais Grávidos”, no Ceará;
- Dieta na gravidez pode influenciar risco de alergias no bebê;
- Em um ano, mortalidade materna cai 21% no Brasil.
Fotos e vídeos: Reprodução