Plano de manejo florestal – Possível e sustentável

EcoFriendly


Com 2.124,88 hectares, sendo 1.537,16 deles utilizados para o manejo e o restante tendo como finalidade a área de reserva legal, a fazenda Pau D’arco e Bonfim, na Chapada do Araripe, Região do Cariri, mostra a iniciativa bem sucedida de manejo sustentável. A ação não a única, mas uma das iniciativas que servem de exemplo para o uso sustentável, tanto da caatinga, como de outros biomas brasileiros.

Everardo Gomes de Matos proprietário da Pau D’arco e Bonfim foi quem teve a iniciativa de procurar o Ibama e, junto com os técnicos do instituto, fez todo o processo necessário para começar o manejo. O processo requer uma série de documentos e, segundo Matos, faz com que qualquer um se desestimule e pense em não continuar.

“Eu poderia muito bem passar o trator em tudo e depois plantar eucalipto que de certa forma poderia até ser mais rentável pra mim, mas, escolhi o manejo”, afirma Everardo. Ele fala isso devido ao longo caminho que deve ser percorrido até a aprovação para o plano de manejo. Superada essa fase, a propriedade ainda passa por fiscalizações periódicas para saber se tudo está sendo feito dentro do que foi planejado.

O plano de manejo sustentável da fazenda Pau D’arco e Bonfim, assim como manejos em outros lugares, passou por uma etapa de talha ou divisão do espaço. Os talhões são para organizar como a área vai ser explorada. Na Pau D’arco são onze talhões de exploração sustentável e mais dois de reserva legal, que é a área de preservação. Esse espaço de floresta nativa é uma área onde, por exemplo, tenha alguma fonte de água, por isso que na fazenda são dois talhões.

Divisão do plano de manejo
Gradativo: as ações, além de serem aperfeiçoadas com o tempo, levam em consideração que cada talhão é explorado num período de um ano. Os estudos necessitam de tempo para execução e pode ser aprimorado, caso haja necessidade.

Consecutivo: cada etapa sempre aproveitará conhecimentos usados anteriormente e, também, servirá de subsídio para as que virão.

Maleável: novas formas e técnicas mais avançadas e de mais eficácia poderão ser agregadas ao jeito de conduzir o manejo, além de ser indicativos do que se deve ou não fazer.

Divisão de talhões da Fazenda Pau’Darco e Bonfim

Coletivo: sua implantação tanto pode ser de iniciativa de alguma das partes interessadas – empresário, sociedade civil ou órgãos públicos – como de iniciativa do coletivo. É imprescindível a participação de todos para que as ações possam dar os resultados esperados.

Os talhões são explorados sempre de maneira alternada, assim, geram menos impactos na retirada de vegetação. Ao termino de todo um ciclo de uso dos talhões, nesse caso em torno de 11 anos, volta-se a utilizar o primeiro talhão explorado. “A ideia é de que a vegetação já esteja toda regenerada. Muita gente dúvida disso, mas, nós já temos casos de propriedades que já estão no terceiro ciclo de manejo sustentável”, afirma Francisco Campello, técnico do Ibama.

A fala de Everardo resume a opção por alternativas mais sustentáveis. Sim, elas são viáveis ecológica e economicamente. “Preferi fazer o plano de manejo porque sei que é a melhor forma de utilização da propriedade e, vai me trazer renda por um longo tempo”, cita Everardo.

 

Fotos: Thiago Silveira

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