Cidades – Capacidade máxima: esgotada!

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80% das populações dos países da América Latina e do Caribe vivem hoje nas cidades. A região é a mais urbanizada do mundo

O relatório Estado das Cidades da América Latina e do Caribe, divulgado nesta terça-feira (21) pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), constatou o que os brasileiros já vêm sentido na pele no dia a dia: a lotação das cidades. Mais veículos, ônibus lotados, filas por todos os lados. As cidades estão inchando e, fato: não foram planejadas para receber esse número desordenado de pessoas que chega a todo o momento.

O relatório da ONU revelou que 80% das populações dos países da América Latina e do Caribe vivem hoje nas cidades. Proporcionalmente é a região mais urbanizada do mundo. No Brasil, mesmo o estudo mostrando que o país passa por uma desaceleração urbana, 86,53% da população vive em cidades atualmente. Segundo a projeção da ONU, a estimativa é que, em 2020, a população urbana do Brasil esteja em 89,50%.

O mesmo irá acontecer com os outros países latino-americanos e caribenhos. Suas populações urbanas crescerão menos de 1% até 2030, estabilizando de certa forma esse crescimento desordenado. O intervalo privilegiado de crescimento não deve durar mais que 30 anos. Oportunidade que os países devem aproveitar para apostar em práticas sustentáveis, como soluções de mobilidade para uma população que estará mais velha, por exemplo.

Tanta gente dividindo o mesmo espaço geográfico só aumenta o consumo, que acarreta a geração de resíduos sólidos e, por sua vez, mais poluição. Sem contar o fato de no Brasil, segundo o estudo, 28% da população estar vivendo em comunidades com infraestrutura precária, o que torna o país o 14º com mais pessoas vivendo em favelas da região.

Crescimento desordenado que nos últimos anos só fez aumentar a especulação imobiliária, varreu do mapa áreas verdes e acabou com o sonho de muita gente que venho utopicamente à cidade para ter uma vida melhor do que a que levava no interior. A solução? Talvez reinventar-se no modo de planejamento, mobilidade e crescimento de forma sustentável seja o grande “x” da questão que os governos devem tentar solucionar.

 

Foto: reprodução

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