Brasileiro no geral não dispensa um bom café independente da hora do dia. Mas uma das paixões nacionais apreciada em todo o mundo, é a mais nova vítima de um dos vilões do planeta, o aquecimento global. Uma pesquisa realizada por cientistas ingleses revela que o café pode estar com os dias contados.
A pesquisa pulicada na científica Plos One mostra que a espécie arábica é a mais ameaçada. Ela é a principal espécie de café produzida no Brasil, correspondendo a 75% da safra brasileira do grão, mas se a temperatura continuar no ritmo que está, ou seja, subindo, até 2080, entre 38 e 99,7% das áreas consideradas adequadas para o cultivo do café arábica desaparecerão.
A produtividade do arábica está intimamente ligada à variação climática, e é, portanto, fortemente influenciada por oscilações climáticas naturais. O ideal é uma amplitude térmica anual entre 18 e 21°C, ou até 24°C. Temperaturas acima de 23°C, afetam o desenvolvimento e maturação dos frutos são acelerados, muitas vezes levando a uma perda de qualidade. A exposição contínua a temperaturas de até 30°C leva ao estresse, que se manifesta como crescimento deprimido e anormalidades, como o amarelamento das folhas e crescimento de tumores na haste.
Em 2011 a emissão de gases bateu recorde de 34 bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera. O Brasil foi o 12º país mais emissor. “Se a tendência atual for mantida, as emissões mundiais de CO2 irão subir outros 20%, para mais de 40 bilhões de toneladas, até 2020″, afirmou o diretor do Instituto de Energia Renovável da Alemanha (IWR), Norbert Allnoch.
Se os produtores tiverem que recorrer a iniciativas artificiais para a produção dos grãos, como estufas climatizadas ou plantação em lugares com altitude superior a 800 metros, o bom cafezinho da tarde, da manhã e de outras horas vai ficar bem mais caro.
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