No primeiro mês de 2013, 163 pessoas foram assassinadas na capital cearense. Jovens estão entre as maiores vítimas da violência
Fortaleza figura mais um índice negativo sobre violência, desta vez, a capital cearense foi classificada como a 13ª cidade mais violenta do mundo num ranking com 50 cidades. No mês passado, o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) nos municípios, classificou a cidade como a 4ª capital do Nordeste e 9ª do Brasil onde os jovens estão mais expostos à violência.
Fortaleza teve em 2012, segundo o relatório do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal – uma Organização Não-Governamental (ONG) sediada no México, aumento de 47% nos homicídios dolosos em relação a 2011.
Além de Fortaleza, outras 14 capitais brasileiras figuram a lista. Maceió está em 6º lugar no ranking, com uma taxa de 85,88 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Em Fortaleza a taxa de é de 66,39 para cada 100 mil.
Na capital alagoana o governo federal, com o objetivo de reduzir o elevado índice de homicídios que atingem os jovens negros em todo o país, com maior gravidade em 132 municípios, que serão priorizados no Plano, lançou em setembro de 2012 o Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra denominado Juventude Viva. O projeto vai ser estendido para outras cidades brasileiras.
Só no primeiro mês de 2013, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, 163 pessoas foram assassinadas em Fortaleza. Os bairros Barra do Ceará, Bom Jardim, Barroso e Jardim Iracema estão entre os que foram registrados mais casos.
Capitais brasileiras no ranking da ONG:
- 6º Maceió;
- 10º João Pessoa;
- 11º Manaus;
- 13º Fortaleza;
- 14º Salvador;
- 16º Vitória;
- 23º São Luís;
- 26º Belém;
- 28º Cuiabá;
- 30º Recife;
- 34º Goiânia;
- 42º Curitiba;
- 45º Macapá;
- 48º Belo Horizonte;
- 49º Brasília.
Brasil – Situação de guerra
Em novembro de 2012 o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) lançou a campanha “Conte até 10. A raiva passa. A vida fica”. A ação pretende mostrar que os assassinatos cometidos por impulso respondem por entre 25% e 80% dos homicídios, dependendo do Estado.
Todavia, a situação atual do país requer empenho de governos e sociedade civil organizada no combate a essa situação. Em 30 anos, a tacha de homicídios no Brasil cresceu 259%. O país passou de 13.910 homicídios em 1980 para 49.932 em 2010, segundo dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde, disponibilizados no Mapa da Violência.
Isso quer dizer que, em 2010, o Brasil, que não vive nenhum conflito civil armado declarado, teve um índice de mortalidade quase igual ao do Movimento Emancipatório/Étnico entre a Chechênia e Rússia (1994-1996) quando morreram 50 mil pessoas.
“Fica difícil, para o cidadão comum, inclusive para a maior parte dos especialistas, entender a exata dimensão desses números ou desse crescimento vertiginoso (…) Uma ideia do que esses números representam pode ser dada se compararmos os mesmos com o número de vítimas em diversos conflitos armados ao longo do mundo”, enfatiza o Mapa da Violência”.
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