“Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos… tempo, tempo, tempo”. Para dona Emília Ximenes, no auge da sua aposentadoria, o tempo é um aliado, um companheiro. “Como eu tenho muito tempo, chego aqui às 7 horas e saio lá pelas 9, sou aposentada e gosto muito de vir aqui”, comenta. Ela tem o hábito matinal de caminhar no Bosque Eudoro Correia.
Hábito de dona Emília, e de muitos outros aposentados e pessoas de todas as idades que aproveitam bem a manhã caminhando, correndo ou usando a academia da terceira idade instalada no lugar. “Aproveito também para dar comida aos gatos”, lembra. E eles não são poucos, e ao menor gesto de acolhida e afago já se aproximam com toda a carência já característica dos felinos.
Muita história
O nosso quarto destino da Série Fortaleza Verde, assim como o Passeio Público, tem uma longa história, e com muitas identidades. A praça/bosque é, na verdade, conhecida mesmo como Praça do Hospital Militar, uma referência ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF), do Exército Brasileiro.
Mas nem sempre foi assim. O primeiro registro, em 1945, diz que a praça foi nomeada como Praça Clóvis Beviláqua. Em um dado espaço da história ela começou a ser conhecida como Praça José Acióli e, em 1965, passou a chamar-se de Bosque General Eudoro Correia.
Depois com o jeitinho cearense de renomear as coisas foi que a praça ficou sendo conhecida como Praça do Hospital Militar ou Praça das Flores, referência às floriculturas que existem na praça desde longa data. “Estou aqui desde 1990. Gosto muito de plantas e de trabalhar aqui”, conta a vendedora Rocilda de Sousa.
E são elas, as floriculturas, que dão cor a praça nessa época do ano e sustentam o charmoso título de Praça das Flores. Em cada floricultura uma diversidade de plantas e flores de todos os tipos.
Infraestrutura
A estrutura não é lá das melhores. Mas o lugar é bem conservado. Os garis da prefeitura passam a manhã na praça deixando tudo o mais limpo possível. “Acho bom trabalhar aqui, é calmo, a gente ganha pouco mais também fica só até 11 horas”, comenta João Batista.
Para dona Emília, o maior problema são as pessoas que não tem consciência e jogam lixo fora das lixeiras. “Os garis limpam, mas o povo é muito mal educado, e joga lixo no chão”, enfatiza. Para melhorar a locomoção na praça, já que boa parte dos frequentadores são pessoas idosas, ela diz que precisa “dar um jeito no piso”, sofrido com o tempo e com as raízes das árvores.
Dois policiais militares fazem ronda diária a pé, nos quase 25 mil metros quadrados da Praça das Flores. A sensação é de que o lugar é bem seguro, o movimento intenso também inibe qualquer ação criminosa no lugar.
Serviço
Localização: no quadrilátero entre as avenidas Desembargador Moreira e Padre Antônio Tomás e as ruas Eduardo Garcia e Barbosa de Freitas.
Fotos: Thiago Silveira