Uma manta que é capaz de melhorar o desempenho do atleta, reduzir as lesões provocadas pelo treino, diminuir a inflamação e acelerar a regeneração do tecido após o treino e ainda ajudar na perda de massa corporal foi desenvolvida por Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“Sabemos que a prática de atividade física estimula a liberação de radicais livres de oxigênio, causando o chamado estresse oxidativo. Nossos estudos indicam que o uso da manta após o treino favorece a entrada de determinadas enzimas nas células musculares que ajudam a neutralizar esses radicais livres, reduzindo a inflamação, a fadiga e acelerando a regeneração muscular”, afirma o professor Nivaldo Antonio Parizotto, que orientou a pesquisa.
Ela será feita de material plástico e terá entre 50 e 200 lâmpadas de LED de tamanhos variados, de acordo com a parte do corpo a ser tratada. Poderá ser usada luz em dois diferentes comprimentos de onda: vermelho (630 nanômetros) e infravermelho (850 nm).
A pesquisa é mais uma das que buscam identificar por quais mecanismos a fototerapia beneficia o tecido muscular. “A fototerapia de baixa intensidade atua em conjunto com o exercício físico, fazendo com que o tecido muscular responda mais intensamente ao estímulo e produzindo um efeito de performance muito interessante. Pode ser útil tanto no esporte como na reabilitação e recuperação funcional de pacientes em várias circunstâncias”, contou Parizotto.
Ele também explicou que a luz auxilia na estimulação das chamadas células-satélites, um tipo de célula-tronco encontrada na periferia da fibra muscular. Essas células permanecem em repouso até serem ativadas pelo exercício físico. Elas então se proliferam, se diferenciam e ajudam a regenerar as fibras musculares lesionadas e a aumentar o tecido.
“Temos feito diversos estudos para determinar qual é a dose necessária para se obter a melhor resposta do músculo e em que momento a fototerapia é mais eficaz. Nossos dados mostram que fazer a intervenção logo após a prática da atividade física é o ideal”, disse o professor.
O estudo também investiga possíveis benefícios da manta de LED no tratamento da obesidade. Em um dos testes, 64 mulheres passaram por uma hora de treinamento três vezes por semana, combinando exercícios de força e aeróbicos. O grupo que recebeu a fototerapia após os treinos teve perda de massa corporal 48% maior.
Foi observada também maior perda de gordura total (47%) e de gordura visceral (53%), maior redução na circunferência da cintura (35%) e do quadril (72%) e uma melhora acentuada na redução de colesterol e triglicérides.
“A obesidade, como se sabe, é acompanhada de um processo inflamatório crônico. A manta ajuda a conter essa inflamação e a aumentar a queima de gordura durante a atividade física”, afirma Parizotto.
O produto, desenvolvido em parceria com cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da Universidade de São Paulo (USP), já foi patenteado e a expectativa é que chegue ao mercado ainda em 2014.
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