Um bom líder costuma ser um profissional engajado capaz de guiar a si e aos companheiros de trabalho. Estas costumam ser características comuns de liderança, o que muita gente desconhece é que entre os diversos aspectos comportamentais que definem um bom líder, a tendência em sentir-se culpado também o caracterizam.
A culpa é um sensação constante em pessoas que buscam melhorar a cada dia. Um estudo desenvolvido na escola de negócios da universidade de Stanford, nos Estados Unidos, revelou que este sentimento é comumente encontrado em pessoas com potencial para liderar, e que ele diz muito mais do profissional do que se imagina.
Os pesquisadores observaram grupos de pessoas que fizeram testes de personalidade e identificaram se elas eram mais propensas ou não, a desenvolver sentimentos de culpa ou de vergonha em situações adversas. Logo em seguida, o grupo passou por atividades sem que fosse designado um líder para cada um, pedindo-lhes que avaliassem as habilidades de liderança de cada colega..
Após essa análise, os cientistas destacaram que as pessoas identificadas como propensas a sentir culpa eram constantemente as mesmas a assumir papéis de liderança durante as atividades. O sentimento de culpa se revelou mais entre os potenciais líderes do que a confiança, que é normalmente relacionada a pessoas em posição de liderança. Um outro estudo em que os professores coletaram a opinião de antigos chefes de profissionais recém-admitidos no programa de MBA da escola, já havia apresentado resultados semelhantes.
De acordo com os pesquisadores, isso mostra que os líderes não acumulam apenas características positivas, uma vez que o sentimento de culpa costuma ser visto como algo negativo, porém, a grande diferença é que essa sensação pode ser bastante benéfica para o grupo, pois permite que o líder faça o que é melhor para a organização, mesmo que isso represente um custo pessoal “Quando pensamos em quais características são importantes para um líder, costumamos focar no que as pessoas fazem bem. Mas nós sabemos que as pessoas cometem erros e é importante olhar como elas respondem a esses erros”, explica Becky Schaumberg, doutoranda que desenvolveu a pesquisa junto com o professor de comportamento organizacional de Stanford, Francis Flynn.
Fotos:Reprodução.