Após décadas estudando o conceito de “valor da união”, cientistas sociais afirmam que é preciso esquecer o cupido, a sorte ou a união sublime e inexplicável de almas, revelando através de dados obtidos durante uma pesquisa, como ocorrem as escolhas no amor. A análise que foi realizada por psicólogos da Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, teve como base para a investigação as respostas de um questionário que foi entregue aos estudantes, pedindo que avaliassem o apelo romântico dos colegas de sala do sexo oposto.
No início do semestre, os estudantes geralmente tinham a mesma opinião sobre quais colegas eram os mais desejáveis. Mas ao serem questionados novamente após três meses, depois de passar o curso inteiro juntos em uma sala pequena, os pontos de vista mudavam drasticamente em relação a quais pessoas seriam as mais atraentes. “A percepção do ‘valor de união’ muda à medida que as pessoas passam mais tempo juntas”, afirmou Lucy Hunt, estudante de pós-graduação, que publicou o estudo no ano passado em parceria com Paul Eastwick, professor-assistente de desenvolvimento humano e ciências familiares.
De acordo com Eastwick, essas mudanças de pontos de vista mostram que deve haver menos perdedores no jogo do amor, já que nem todo mundo está em busca do mesmo tipo de gente. “À medida que o consenso a respeito de quem é a pessoa mais atraente desaparece, a competição começa a diminuir, já que aquele que me parece mais desejável pode não parecer a mais atraente para você”, afirmou.
Os cientistas confessam que os sentimentos são um amplo campo de estudos científicos, no entanto, acrescentam que os casais que já possuíam um vinculo de amizade antes de dar inicio a relação amorosa, têm mais chances de obter sucesso no relacionamento.
Mudanças desse tipo ocorrem com grande frequência, segundo a antropóloga Helen Fisher do Instituto Kinsey, que trabalha em parceria com o site de relacionamentos Match.com, em pesquisas anuais com uma amostra representativa dos solteiros nos EUA.
A verdade é que embora seja agradável acreditar que seguimos o coração, quando o assunto é amor, a ciência têm explicações menos poéticas para o que ocorre com nossos sentimentos
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