Cerca de 20% das mulheres que têm filhos são afetadas pela depressão pós-parto (DPP), que provoca, entre outros sintomas, tristeza profunda, insônia, perda de apetite, oscilação de humor, ansiedade, excesso ou ausência de cuidados com o bebê. A doença, além de colocar as mães em risco, pode comprometer o desenvolvimento comportamental, cognitivo e social das crianças, podendo durar meses ou até mesmo anos.
Um estudo desenvolvido por Jessica Connelly, uma cientista da Universidade da Virgínia (EUA), com a colaboração de cientistas de outras instituições nos Estados Unidos e no Reino Unido, levou à descoberta de que o hormônio oxitocina, envolvido no aleitamento e no afeto entre mães e bebés, também está associado à depressão pós-parto.
A pesquisa mostra que, analisando modificações epigenéticas no sangue de mulheres grávidas, a enfermidade pode ser detectada desde o primeiro trimestre da gravidez. Isso pode oferecer uma maneira simples de prever a DPP e possibilitar uma intervenção antes que os sintomas possam se apresentar de forma mais grave.
Estima-se que uma média de 10% a 18% das mulheres sofre de depressão depois do nascimento dos filhos. A causa específica da depressão pós-parto é desconhecida, sendo mais comum em mulheres que já apresentaram sintomas depressivos ao longo da vida e, mais ainda, naquelas que ficam deprimidas durante a gestação. Apesar disso, o problema também pode surgir em quem nunca teve a doença.
O estudo não encontrou uma relação entre a DPP com a idade nem com a etnia das voluntarias. O fator amamentação não foi considerado pela investigação, mas os pesquisadores já sabiam que a incidência da doença aumenta para entre 30% e 35% em mulheres previamente diagnosticadas com transtornos de humor. Por isso, quanto mais cedo for identificada e tratada, melhor para a mãe e para o bebê.
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