O ácido graxo ômega 3 é conhecido como uma importante fonte alimentar para aqueles que precisam reduzir os índices de colesterol e triglicerídeos no organismo. Podendo ser encontrado em peixes, frango, molhos de salada e nozes, ele também pode ser eficaz na prevenção de transtornos psicóticos e psiquiátricos, especialmente entre jovens. É o que indica uma pesquisa publicada no periódico científico “Nature Communications”.
Cientistas australianos e austríacos liderados por Paul Amminger, da Universidade de Melbourne, há cerca de dez anos, implementaram uma dieta regular com ômega 3 em 41 indivíduos entre 13 e 25 anos de idade, com elevada propensão a desenvolver esquizofrenia, por 12 semanas. Durante o mesmo período, outro grupo com características semelhantes foi submetido a uma dieta de suplementos placebo.
Observou-se que apenas 9,8% dos participantes do grupo que recebeu o ômega 3 desenvolveu algum tipo de psicose, sendo que no segundo grupo – aqueles que receberam o placebo – esse índice foi de 40%. Além disso, os voluntários do último grupo também apresentaram uma maior incidência de outras desordens psiquiátricas. “Mostramos que o ômega 3 reduziu significativamente o risco de progressão de desordens psicóticas durante o período posterior de acompanhamento”, afirmaram os cientistas.
A esquizofrenia é um transtorno mental complexo, que dificulta a distinção entre experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e no comportamento comumente esperado em situações sociais. Ela se manifesta tipicamente em adolescentes ou jovens adultos, sendo que a maioria daqueles afetados pela doença desenvolve gradualmente uma variedade de sinais e sintomas clínicos. Estudos anteriores já mostraram que pacientes com esse distúrbio apresentam níveis reduzidos de ácidos graxos — ômega 3 e ômega 6, especificamente — em suas células.
No entanto, apesar dos resultados, os pesquisadores ressaltam que o tamanho da amostra analisada na investigação não é suficientemente grande para permitir análises posteriores de subgrupos, e afirmam que novas pesquisas são necessárias para revelar o mecanismo pelo qual o ômega 3 pode melhorar a saúde mental das pessoas.
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