“Tenham mais cautela antes de engravidar”, diz diretor do Ministério da Saúde

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Desde que o Ministério da Saúde declarou estado de emergência por conta dos casos de microcefalia, que têm sido diagnosticados em sete estados da região Nordeste do País, muitas mães e gestantes se encheram de medo e dúvidas sobre a origem dessa malformação, que compromete o desenvolvimento adequado do cérebro do bebê.

A doença também está preocupando os médicos, que buscam uma explicação para o aumento do número de episódios. A informação mais recente é de que o vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, está presente no líquido amniótico de duas das crianças que nasceram com microcefalia.

Claudio Maierovitch, médico e diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, recomendou que agora as mulheres devem ter mais cautela antes de engravidar. Em alguns casos, o médico chegou a recomendar até mesmo que as famílias adiem os planos de gravidez. “Nosso papel é oferecer informações para que as pessoas tomem suas próprias decisões. Hoje podemos afirmar que há uma relação muito importante do vírus zika e o aumento de casos de microcefalia. Mas esse é um conhecimento novo”, disse ele.

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Em alguns casos, o médico chegou a recomendar até mesmo que as famílias adiem os planos de gravidez.

Além de não indicar que as mulheres façam o exame do líquido amniótico como prevenção ou rotina, devido aos riscos que ele pode trazer, o médico aconselha que as antes de engravidar as mulheres procurem saber dos índices dos casos de zika em sua cidade, evitem contato com pessoas que tiveram os sintomas (manchas pelo corpo e coceiras) e não tomem medicamentos sem orientação médica.

Para se prevenir, o ideal é usar repelentes especiais para gestantes e blusas de manga comprida quando for possível. “nem todas as medidas são fáceis de seguir, mas é só por um tempo”. Uma das preocupações do Ministério da Saúde é não causar pânico nas mulheres grávidas já que, mesmo que os casos de microcefalia tenham aumentado muito do ano passado para este, as chances de um bebê nascer com a doença ainda é bem pequena.

No Ceará, este ano, foram registrados três casos de bebês que nasceram com microcefalia. Em 2014, foram sete. Os números foram divulgados em Nota Técnica da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), após o aumento significativo de casos no Nordeste.

Fotos: Reprodução.

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