Batidas marcantes, energia vibrante e carisma são marcas registradas de DJ Ferrucio, um dos grandes talentos dessa geração! A paixão pela música já vem de longas datas, mas a carreira de DJ ainda é recente. Mesmo com pouco tempo de estrada ele já acumula títulos, como de DJ Revelação 2009 – eleito pelo troféu Terraço – e o de Top Deejay 2010 – pelo site Farofa Digital, um dos portais de maior destaque desse segmento no Norte/Nordeste.
Em um bate papo descontraído para o No Pátio, ele fala da profissão de DJ, baladas, rotina e diz algumas dicas para quem sonha em trabalhar com esse segmento.
No Pátio: A profissão de DJ ainda é vista por muitos jovens como uma atividade glamurosa. Mas, como é mesmo o dia a dia de um DJ?
DJ Ferrucio: Um DJ de verdade dedica diariamente várias horas do seu dia para o exercício dessa arte. Sem contar a incessante pesquisa na qual somos submetidos todos os dias em busca de novas músicas, tendências e lançamentos. Ainda tem os contatos, as atualizações em redes sociais e montagem de set para divulgação. Fotos fazem o glamour. Mas, a execução é bem trabalhosa.
NP: Muitos jovens procuram essa profissão para obter popularidade ou a falsa sensação de estar em uma posição de destaque. Como você se sentiu atraído ou despertou o interesse para essa profissão?
DF: Eu sempre gostei de música, de todos os tipos na verdade. A paixão pela música eletrônica surgiu pelo alto astral que é típico desse estilo. Tenho um amigo que é DJ, grudei nele e assim eu fui vivenciando o que – era de fato – ser DJ. Foi aí que me apaixonei mais ainda! Daí comecei com as noções básicas e fui aprimorando. Então, surgiram os convites. Estou até hoje e não pretendo deixar.
NP: Existem passos a serem seguidos para tornar-se um bom DJ e ter a identidade firmada? Além de ter feeling e ser antenado, claro.
DF: Sim. Identidade é fundamental para qualquer DJ. Os cantores marcam pelas músicas, pelos tom de voz… Nós marcamos por uma linha de evolução, por algumas característica: um jeito de tocar, um estilo, uma performance. Além de ter feeling, o que é essencial .
NP: Depois do primeiro contato com a profissão – da parte boa das baladas – como foi a vivência com a realidade de formação?
DF: Então, a cada dia sou mais apaixonado pelo que eu faço! Além de todo o glamour das festas, das viagens, dos novos amigos, o reconhecimento é a maior pagamento. O sorriso das pessoas, e todas as emoções fazem parte da minha realização.
NP: Como foi o começo da sua carreira em relação a construção de identidade, conquista de espaço e de respeito do público?
DF: Fui um árduo pesquisador. Eu não tocava, mas gostava de tudo: da boate, da música, do clima, da noite. Como não tocava, fazia pesquisas. Passava todo o tenho livre que tinha pesquisando músicas, tendências e treinando em casa. Mais importante que uma boa técnica, dinheiro ou um case inteiro de músicas, é ter um bom relacionado com o público, com as casas noturnas, com promoters.Comigo foi assim.
Eu sempre fui rato de boate e mesmo antes de tocar eu conhecia todas as pessoas que mais tarde abriram as portas para mim. Eu sempre desejei pouco e recebi muito. Posso dizer que fui pela borda e deu muito certo! Com calma e paciência tudo aconteceu para mim. Quando menos esperei, rolou! Eu tento ser o mais próximo do meu público possível. As pessoas querem falar, tirar fotos, ficar perto e eu trato a todos como amigos!
NP: Existem os DJs produtores, DJs de baladas e festas abertas, DJs de festas particulares, DJs empresários. O que difere os tipos é a relação com a música? Como você se define como DJ?
DF: Sim, como cantor e compositor, tudo depende de foco. Eu vejo isso como um aprendizado, um amadurecimento. Acredito que todos começam como DJs e – aos poucos – começam os aperfeiçoamentos: DJ produtor, DJ empresário… O som é diferente em todos os exemplos, se faço festa particular, como um aniversário, procuro a satisfação de quem me contratou. Então, toco de tudo. Diferente de um lançamento de coleção de uma loja de roupas. Sendo assim, o foco muda, as músicas ficam mais elegantes, mais suaves e de fato mais melódicas. Eu estou estudando para dar os passos iniciais nas produções. Primeiro fazendo edits, reworks e mashup. Posso dizer que estou amadurecendo, porque é assim que eu vejo.
NP: É verdade que o principal equipamento de um DJ não é o player nem o mixer, e sim o headphone?
DF: O headphone é o que mais acompanha o DJ porque é de uso pessoal, assim como os CDs. Mas, todos esses equipamentos formam um conjunto que não se desmembra. Acredito que não se consiga fazer um bom set na falta de um desses equipamentos.
NP: Mesmo com muitos nomes surgindo, o nosso mercado ainda é muito restrito. Existe um segredo para obter mais fama e popularidade ou ganhar espaço de forma mais rápida?
DF: Hoje a maior arma de um DJ, um cantor ou alguém quer – de fato – estar na mídia são as redes sociais. Podemos medir o tamanho do público de um DJ somente com a análise de seus perfis. Isso ajuda na criação e fidelização do público.
NP: Ainda falta reconhecimento e apoio aos jovens antenados que descobrem essa profissão?
DF: O reconhecimento dessa profissão só é adquirido com o tempo. Mas, ele só vem para aqueles que correm mesmo atrás, que abdicam, que perseveram e que amam a música.
NP: Financeiramente falando, é uma profissão rentável ou o glamour ainda fala mais alto?
DF: Inicialmente é como toda profissão. Mas, com o tempo o reconhecimento financeiro é excelente. Existem DJs com renda mensal acima de 10 mil reais – exercendo apenas essa profissão. Muito do que é pago a alguns concursados.
NP: Os horários de um DJ não são os mais convencionais! Então,como é sua rotina quando não está tocando nas baladas?
DF: Levanto super cedo, mesmo passando noites em claro. Trabalho, malho, vou ao cinema, namoro, vou a faculdade… Isso todos os dias. Aproveito cada folguinha que tenho para pegar uma praia no fim de semana, ler livros e bater papo com os amigos.
NP: Quais as dicas para se dar bem na profissão e o passo a passo para tornar-se um DJ?
DF: Humildade, perseverança, mídia social forte e dedicação, que é o mais importante! Para iniciar você tem que ser conhecedor de música, tem que pesquisar e depois pegar um curso de DJ para aprender técnicas de mixagens, preparar sets, fazer fotos e contatos com as casas nas quais você deseja tocar.
Fotos: Arquivo pessoal de DJ Ferrucio