Histórias de stalkers – perseguidores, em português – infelizmente não são tão incomuns quanto deveriam ser. Mas, muitas vezes, elas terminam em situações impossíveis de lidar. E foi um caso desses que deu origem à serie de sucesso da Netflix, Bebê Rena. Pois bem, mostrando que a arte definitivamente imita a vida, a atriz brasileira Débora Falabella, famosa por personagens como Nina, de Avenida Brasil, também foi vítima de uma perseguidora sem limites.
Segundo o portal G1 publicou, Débora vem lidando com o caso há mais de 10 anos, desde que ela pegou um elevador com a perseguidora. Na ocasião, em 2013, a mulher pediu uma foto com a atriz que, muito solícita, aceitou o pedido. E, desde então, as coisas tomaram um rumo assustador. Nos dias seguintes ao encontro, a mulher começou a enviar presentes ao camarim da atriz.
No começo eram coisas aparentemente inocentes, como objetos e uma toalha branca. No entanto, um dia ela enviou uma carta com “teor íntimo e invasivo”, segundo afirma o G1. Dois anos depois, em 2015, enquanto Débora se apresentava com uma peça em São Paulo, a stalker tentou forçar a entrada no camarim, mas foi impedida por seguranças, que a retiraram do local. Débora Falabella chegou a registrar um boletim de ocorrência, mas acabou não levando o processo adiante.
Stalker de Débora Falabella diz ter relacionamento com a atriz
Nos anos seguintes, a coisa começou a ficar mais preocupante. Em 2018, a mulher apareceu na primeira fila de outro espetáculo do qual Débora participava. E, assim que a atriz entrou em cena, ela levantou e deixou o teatro. Mas foi em 2022 que as coisas começaram a sair do controle. A perseguidora criou um grupo no Whatsapp com Débora e a irmã da atriz. E no chat, passou a enviar conteúdos pesados, afirmando que estava em um relacionamento com ela e que fazia sexo com Débora, falando, inclusive, no que ela afirmava ser uma “loucura telepática”.
Mas, segundo o relato do portal da Globo, o pior foi quando, naquele mesmo ano, a perseguidora – que morava em Recife, no Pernambuco – apareceu literalmente “de mala e cuia” em frente ao local em que Débora Falabella morava no Rio de Janeiro. Ela pediu para o porteiro deixá-la entrar, mas foi proibida. Após esperar, ela chegou a falar com uma funcionária da atriz e a gritar seu nome.
Depois desse episódio, Débora levou o caso à Justiça, acusando-a de crime de perseguição, que tem pena de 6 meses a 2 anos. Mas a coisa não parou por aí. Ainda em 2022, a stalker descobriu onde a atriz estaria hospedada nas férias na Bahia e, novamente, tentou forçar um contato. Quando Débora retornou a São Paulo, descobriu que a perseguidora havia lhe enviado um pacote. Dentro, havia uma edição de Romeu e Julieta – aquele livro em que o casal protagonista morre no final – com a dedicatória “Para o meu Romeu, com muito amor”.
A Justiça entra em cena
Após essa “ameaça velada”, Débora Falabella acionou novamente a Justiça e conseguiu uma medida protetiva que proibia a suspeita de entrar em contato com a atriz por qualquer meio além de impor uma distância mínima de 500 metros, sob pena de prisão. Em 2023, o Ministério Público enviou um pedido à Justiça, que tronou a perseguidora ré. O juiz também instaurou uma investigação sobre a sanidade mental da mulher a fim de saber se ela tinha ou não ciência dos atos praticados.
No entanto, a perseguidora acabou quebrando a medida protetiva ao enviar mensagens tanto no Instagram quanto no Whatsapp, afirmando coisas como “Minha vida não tem mais sentido quando penso que nunca mais vou poder assistir a uma peça sua”.
Ela, inclusive, chega a sugerir um encontro presencial com Débora Falabella.
Foi então que a defesa de Débora pediu a prisão preventiva da perseguidora, que foi acatado tanto pela Justiça quanto pelo Ministério Público. Quando o mandato de prisão foi expedido, a defesa da acusada afirmou que ela estava internada em uma clínica psiquiátrica e que a interrupção do tratamento poderia levá-la a um novo surto psicótico. No entanto, os advogados da atriz não aceitaram o argumento e seguiram em frente com o pedido de prisão.
Em fevereiro deste ano, a stalker de Débora Falabella foi presa em Recife e, no mês seguinte, foi submetida a uma perícia psiquiátrica. Ela, então, foi diagnosticada com esquizofrenia, tornando-se imputável, ou seja, como ela não é capaz de compreender os próprios atos, não poderia cumprir a pena. Com isso, a prisão preventiva da perseguidora foi revogada. Contido, apesar de seguir em liberdade, ela precisa cumprir as medidas cautelares de afastamento da atriz sob pena de internação provisória.
E você aí achando que perseguição era coisa de seriado, hein?
Fotos: Reprodução/G1
