Crime bem comum no Brasil, a biopirataria não se caracteriza apenas pelo contrabando e exploração ilegal de diversas formas de vida da flora e da fauna, – animais, sementes e plantas de florestas brasileiras – mas principalmente, pela apropriação e monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais no que se refere ao uso dos recursos naturais.
Não é novidade a exploração desses recursos no Brasil, aliás, ela vem ocorrendo ao longo de toda a história do país. Uma prática que ainda faz da maior nação da América do Sul uma grande colônia, só que dessa vez de outros e mais numerosos exploradores.
O Brasil como o país com maior biodiversidade do planeta é o que mais perde economicamente e ecologicamente com essa prática que, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é a terceira atividade ilegal mais rentável do mundo.
O conceito
Não é de muito tempo que o termo biopirataria é usado. O conceito surgiu em 1992 com a “Convenção Sobre Diversidade Biológica” apresentada na Eco92.
Estima-se que o Brasil perca mais de 5 bilhões de dólares por ano com o tráfico de animais, produtos da flora e de conhecimentos das comunidades tradicionais. São 38 milhões de animais capturados por ano no país e o pior, destes 90% morrem ao serem transportados.
Uma arara-azul, nos mais 5 mil sites que se tem notícia que fazem esse comércio ilegal, pode custar 60 mil dólares no mercado internacional. Algumas espécies de besouro podem custar até 8 mil dólares.
A extração ilegal de madeira é outro crime que também figura como biopirataria. Além do tráfico de animais, saem por ano do Brasil mais de 20 mil extratos de plantas nativas. A falta de fiscalização, de tratados internacionais mais claros e a corrupção são agravantes que facilitam o crime no Brasil e viabilizam aberrações como no caso da patente por empresas internacionais do cupuaçu e da rapadura.
Alguns lembretes para não acabar colaborando com a biopirataria:
- Não compre animais e plantas silvestres que não sejam legalizados por órgãos competentes, como o Ibama;
- Denuncie qualquer forma de exploração ilegal da biodiversidade onde você mora;
- Não repasse conhecimentos da cultura tradicional da sua comunidade para desconhecidos ou pessoas não identificadas;
- Não venda ou repasse a terceiros animais e plantas de sua região;
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