De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 45 milhões de brasileiros com deficiência, o que representa 25% da população do País. E muitos buscam, dia após dia, se transformarem em verdadeiras histórias de superação – mesmo muitos não tendo a opção de seguir por um caminho diferente. Então, é justamente no esporte que muitos encontram a motivação e a força de vontade para ultrapassar qualquer obstáculo. Esse é o caso do professor universitário, modelo e personal-trainer, Hendson Baltazar, representante do Brasil no Concurso Manhunt Internacional e primeira pessoa com deficiência em um concurso de beleza internacional.
Em 2014, o cearense sofreu um grave acidente automobilístico, no qual perdeu parte da perna. E nem precisamos dizer que esse fato mudou sua vida completamente e o fez se reinventar. Então, o caminho encontrado foi por meio do esporte, que, na verdade, já era sua paixão antiga. Isso porque Hendson foi atleta amador do Ceará Sporting Club até os 17 anos. A aula preferida na escola, como não poderia deixar de ser, era a de Educação Física. Depois, se encontrou na musculação, modalidade que ele pratica até hoje.
Das academias para as passarelas dos concursos de beleza
A evolução de esportista a modelo aconteceu quase que por acaso. Isso porque, com sua rápida evolução na prática de atividade física após o uso da prótese, os próprios organizadores do concurso entraram em contato e o convidaram para participar. “Eles me explicaram que, no concurso de Mister, não era só o fator beleza que importava, como também todo um conteúdo de engajamento social. E foi aí que eu me interessei, pois eu poderia de fato agregar mais valor ao Projeto Social Anjos de Deus, do qual faço parte, e assim levar uma mensagem positiva usando a faixa de Mister”, destaca
Em dezembro do ano passado, Hendson Baltazar conquistou a vaga ao participar da 13ª edição do Mister Brasil CNB. Na ocasião, ao receber o título de Mister Brasil Manhunt 2021, tornou-se também a primeira pessoa com deficiência física amputada a alcançar um título de beleza masculina nacional na história do país.
Um concurso, várias possibilidades
Além de servir de inspiração para muitos, ser a primeira pessoa com deficiência em um concurso de beleza internacional também abriu várias portas para o jovem. Isso porque foi a partir dele que veio seu primeiro contrato como modelo. Ele será também a primeira pessoa com deficiência a disputar o Manhunt na competição internacional. Mas, o mais importante, segundo o modelo, é continuar levando uma mensagem positiva sobre a luta das pessoas com deficiência e o seu projeto social para um público ainda maior. “Tive que matar dois leões por dia para alcançar o nível dos candidatos. Mas foi na pratica esportiva, mais especificamente na musculação, que percebi que era, sim, possível competir de igual para igual e ainda vencer. Quero mostrar para as pessoas que o impossível não existe quando você busca e não desiste”, finaliza.
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