Conheça a história bizarra do policial canibal que foi preso e virou autor

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Qual o limite entre a criatividade e o pensamento criminoso? Seguimos no nosso especial #MêsdoTerror trazendo uma historia para lá de bizarra e assustadora para vocês. Estamos falando do caso de Gilberto Valle, um policial dos Estados Unidos que acabou ganhando o apelido de policial canibal após sua esposa descobrir que ele secretamente desejava sequestrar, matar e comer várias mulheres – incluindo ela. Então preparem o estômago que essa história é digna de série de terror da Netflix….

Kathleen Mangan-Valle se deu conta que seu marido, Gilberto Valle, passava tempo demais online. Então, desconfiando que ele pudesse estar tendo um caso com outra mulher, ela instalou um aplicativo espião no aparelho. Mas nem de longe a mulher estava preparada para o que iria descobrir. Acontece que seu marido participava de fóruns online que falava sobre sexo, agressões sexuais e canibalismo sob o apelido de Girlmeat hunter, algo como “Caçador de carne de menina”, em tradução livre para o português.

Gilberto Valle e sua esposa,  Kathleen Mangan-Valle , os dois de camiseta azul marinho e bonés azul marinho com as letras NY. Eles são brancos, tem os cabelos escuros e estão sorrindo
Gilberto Valle e sua esposa, Kathleen Mangan-Valle

Pois bem, chocada com a descoberta, ela acabou levando o caso à polícia. Isso porque ela descobriu que o marido também pesquisava formas de sequestrar mulheres, além de conversar com outros homens diferentes maneiras de torturar, abusar sexualmente, matar e depois comer suas vítimas. Inclusive, ela descobriu que estava entre a lista de alvos tanto de Gilberto quanto dos homens com quem ele conversava.

Policial exemplar de dia e policial canibal à noite

O caso não demorou a repercutir na imprensa e logo Gilberto ganhou o apelido de policial canibal. Isso porque o jovem de 28 anos, formado em psicologia trabalhava como policial em Nova York (nos EUA) e era tido como excelente profissional. Mas quando a história veio a tona, em 2012, ele viu tudo desmoronar. Kathleen contou ao FBI o que havia descoberto e deu aos investigadores livre acesso a seu laptop. Lá, eles encontraram várias evidencias e provas de que Valle estava planejando o sequestro de uma mulher real, discutido nos mínimos detalhes com outras pessoas.

policial canibal

O homem acabou sendo acusado de planejar o sequestro, estupro, assassinato e canibalismo de mulheres. E mais: de utilizar seu trabalho como policial para acessar o banco de dados federal e pesquisar as informações de contato de várias delas.

Um julgamento controverso

Diante de todas as provas e evidências encontradas no computador de Kathleen, a promotoria montou um caso contra o policial canibal. Mas a defesa partiu do pressuposto de que ele não chegou a cometer tais crimes. E que tudo aquilo que ele escrevia era ficção, ideias saídas de uma mente criativa. Mas que isso, não necessariamente, queria dizer que ele iria cometer tais atos. Mas não adiantou. O júri entendeu que o simples ato de pensar de forma tão acentuada em cometer crimes já era, por si só, um crime.

Ainda hoje o caso do policial canibal é estudado em cursos de Direito em todo o mundo. Afinal, será que fantasiar um crime, por si só, pode ser considerado crime? Até que ponto a intervenção policial pode ser considerada como forma de evitar um assassinato ou simplesmente tolher a liberdade criativa de alguém? Valle foi condenado por planejar um sequestro e por utilizar o banco de dados federal em benefício próprio. Mas nunca chegou a cometer nenhum dos atos que descrevia nos fóruns em que participava – apenas os planejou meticulosamente.

História que virou livro

policial canibal
Gil Valle ao lado de seus advogados no dia em que foi solto

Cerca de dois anos após sua prisão, em 2014, o policial canibal entrou com uma apelação judicial e acabou sendo libertado. Em 2016 uma editora resolveu contar a história de Valle em um livro chamado Raw Deal: The Untold Story of ‘Cannibal Cop‘ (“Injustiça: A História Não Contada do ‘Policial Canibal’). Inclusive, o próprio Valle é coautor desse livro. Entretanto, a própria editora achou improtante colocar um prefácio no qual deixa claro que condenava as ações de Valle e o porque dela fazer a publicação.

Hoje em dia, Valle tá tem outros quatro livros publicados e ele ganha a vida como autor de livros de terror. E todas as ideias sinistras que o homem compartilhava em fóruns obscuros da internet agora ele transforma em livros.

Mas gente, que história, hein?

Fotos: Reprodução

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