Segundo um relatório publicado em Seul esta semana, O pH dos oceanos aumentou 26% em média nos últimos 200 anos. Esse aumento se deve aos mais de um quarto das emissões de CO2 geradas pela atividade humana e que vem sendo absorvido pelos oceanos.
Além da rapidez e do impacto variado, o relatório também destaca a gravidade do fenômeno, que continuará aumentando. “É inevitável que entre 50 e 100 anos as emissões antropogênicas de dióxido de carbono elevem a acidez dos oceanos a níveis que terão um impacto enorme, quase sempre negativo, sobre os organismos marinhos e os ecossistemas, assim como sobre os bens e serviços que proporcionam”, destacam os cientistas.
A acidez dos oceanos varia naturalmente ao longo do dia, das estações, do local e da região, e varia também em função da profundidade da água. “Os ecossistemas das costas sofrem uma maior variabilidade do que os que estão em alto mar”, explicam os pesquisadores.
Estudos revelam que a fertilização de certas espécies é muito sensível à acidificação dos oceanos, enquanto outras são mais tolerantes. Moluscos, corais e equinodermos, por exemplo, estão sendo particularmente afetados por esta mudança. Ela que reduz seu ritmo de crescimento e sua taxa de sobrevivência.
Porém, algumas algas e microalgas podem se beneficiar com esta mudança, do mesmo modo que alguns tipos de fitoplânctons.
O relatório, apresentado em Pyeongchang (Coreia) por ocasião da 12ª reunião da convenção das Nações Unidas sobre a proteção da biodiversidade, destaca também o impacto socioeconômico já visível em algumas regiões do mundo como, por exemplo, na aquicultura do noroeste dos Estados Unidos e na criação de ostras.
Segundo os pesquisadores, os riscos para as barreiras de coral nas zonas tropicais também são uma “enorme preocupação, já que envolvem a subsistência de 100 milhões de pessoas, que dependem destes habitats”. E, para eles, “apenas a redução das emissões de CO2 permitirá deter o problema”.
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