Mesmo com de 240 mil quilômetros quadrados de floresta desmatados no período entre 2000 e 2010, o levantamento “Amazônia Sob Pressão”, resultado do estudo coordenado pela Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg), revela que o ritmo de desflorestamento no Brasil e na maioria dos países sul-americanos tem reduzido desde 2005.
Na semana passada a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou a menor taxa anual de destruição da Amazônia no Brasil desde 1988.
“Ouso dizer que esta é a única boa notícia ambiental que o planeta teve este ano do ponto de vista de mudanças do clima. Em relação aos compromissos de metas voluntárias de redução de emissões estamos bastante avançados”, disse Izabella Teixeira.
O ritmo desacelerado do desmatamento não ameniza o problema. Ele vai além do que mostram os números e atinge diretamente a vida da floresta, os povos tradicionais da região e o planeta como um todo. As mudanças exigem esforço coletivo dos países que abrigam a floresta.
O estudo revela ainda que, apesar de ter caído, a taxa de desmatamento tem se mantido estável no Peru e aumentado na Colômbia e na Guiana Francesa. Para Beto Ricardo, coordenador-geral do estudo e membro do Instituto Socioambiental (ISA), esses níveis de desmatamento “resultarão na morte lenta da Amazônia”.
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O que Ricardo alerta pode ser registrado na fala da ministra. Segundo ela, as taxas de desmatamento em três estados aumentaram. Em Tocantins, a derrubada ilegal de árvores aumentou 33%, chegando a 53 quilômetros quadrados por ano. No Amazonas, a degradação aumentou 29%, chegando a 646 quilômetros quadrados e, no Acre, a ação dos infratores avançou 10% na região, atingindo 308 quilômetros quadrados.
Para tentar combater o desmatamento, o governo brasileiro estabeleceu meta de reduzir a expansão anual da área de desmatamento ilegal da Amazônia para 3,9 mil quilômetros quadrados até 2020. No relatório apresentado pela ministra a expansão da área desmatada foi de 4,6 mil quilômetros quadrados por ano.
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