Depois do avanço do desmatamento em março e abril deste ano, o ritmo da derrubada de floresta na Amazônia Legal, incluindo todos os estados do Norte e partes do Maranhão e de Mato Grosso, caiu em maio. É o que informaram os dados do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter), divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Em maio, a selva perdeu 268 quilômetros quadrados, desmatamento 44% menor do que o registrado em abril pelo Inpe, de 478 quilômetros quadrados. Em relação a maio de 2010, quando os satélites apontaram 109,58 quilômetros quadrados de desflorestamento, houve aumento de 144% no ritmo da derrubada de árvores. No entanto, por causa da cobertura variável de nuvens, o Inpe desaconselha esse tipo de comparação.
Mato Grosso liderou o desmatamento na região em maio, com 93,7 quilômetros quadrados de novas áreas derrubadas; seguido por Rondônia, com 67,9 quilômetros quadrados; e pelo Pará, com 65,5 quilômetros quadrados, a menor derrubada de florestas no período. A cobertura de nuvens impediu a visualização de 32% da Amazônia Legal, de acordo com o Inpe.
O Deter monitora áreas maiores do que 25 hectares e serve para orientar a fiscalização ambiental. Além do corte raso, o desmatamento total, o sistema também registra a degradação progressiva da floresta.
A dois meses do fechamento do calendário oficial do desflorestamento, que vai de agosto de um ano e julho do outro, os dados do Deter mostram tendência de aumento da taxa anual de desmatamento. Entre agosto de 2010 e maio de 2011, a derrubada acumulada foi de 2.116,8 quilômetros quadrados, frente a 1.567 quilômetros quadrados registrados no período anterior, de agosto de 2009 a maio de 2010. Apesar da tendência, a taxa anual é calculada por outro sistema do Inpe, o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), e só deve ser divulgada em novembro.
Fonte: Jornal O povo.