A iniciativa de deixar o carro em casa não é nova. Fora das nossas terras ela começou na França, em 22 de setembro de 1997. Depois, no ano 2000, a União Europeia instituiu a Jornada Internacional “Na Cidade, sem meu Carro”, reunindo 760 cidades. No ano seguinte foram 1683 cidades participantes. A ação começou a se espalhar por outros cantos do mundo, e em 2001, chegou ao Brasil.
As primeiras cidades que realizaram a iniciativa, foram: Porto Alegre, Caxias do Sul e Pelotas (RS); Piracicaba (SP); Vitória (ES); Belém (PA); Cuiabá (MT), Goiânia (GO);Belo Horizonte (MG); Joinville (SC); São Luís (MA). A cada ano mais e mais cidades, com o apoio e incentivo dos seus governos, aderem ao Dia Mundial sem Carro. Não é que um dia apenas vá fazer toda a diferença. A ação tem como objetivo principal conscientizar os motoristas a usarem de outras alternativas de mobilidade, que não só o carro.
Boa parte das grandes cidades brasileiras não foram pensadas para o número de veículos que circulam hoje nas ruas. Há sérios problemas de mobilidade que fazem com que muitos brasileiros passem horas parados no trânsito. Além disso, há um número grande de pessoas que se locomovem sozinhas em um único veículo, as péssimas condições das vias e o sucateamento do transporte público não seduzem ninguém a trocar o carro por outras alternativas de transporte.
Em Fortaleza, por exemplo, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-CE), o número de veículos passou de 402.386, em 2002, para 813.871, em 2012. O departamento apontou que, só em julho deste ano, Fortaleza teve um acréscimo de 6.554 veículos à sua frota.
É inviável, e isso é bem claro para quem trafega nas ruas de Fortaleza todos os dias, que o trânsito da capital não suporta mas nenhum carro. Mas é claro também, tanto para motoristas como para usuários do transporte público, que o atual sistema de transporte da cidade também não suporta mais ninguém, tão pouco, oferece condições decentes para seus usuários.
O Dia Mundial sem Carro deve ser uma ação que gere consciência coletiva: dos motoristas, na hora de dar carona ou de deixar o carro em casa; e do poder público, em oferecer melhores condições de transporte para a população.
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