Na próxima semana, representantes de diversos escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU) estarão na Mongólia para lançar o Dia Mundial do Meio Ambiente, tentando estimular uma mudança de consciência e encorajar iniciativas ambientais em todo o mundo. A data é celebrada pela organização desde 1972, no dia 5 de junho.
Na edição deste ano, a ONU vai destacar uma campanha que já havia sido lançada em janeiro para alertar sobre o desperdício e a perda de comida – Pensar. Comer. Conservar.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) criou um site do Dia Mundial do Meio Ambiente (WED, na sigla em inglês) em português, que será o único traduzido para um idioma que não é oficial da ONU.
Com informações do Pnuma e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o site reserva um espaço para que qualquer pessoa registre atividades que serão promovidas para celebrar a data e aponta sugestões para organizações que querem realizar algum evento. Como a página está integrada ao site em outros idiomas e a redes sociais, a expectativa é que essas atividades ganhem visibilidade global e possam atrair mais pessoas.
As informações reunidas em artigos e textos apontam para cenários alarmantes. De acordo com a FAO, no mundo quase 1,3 bilhão de toneladas de comida são jogadas fora a cada ano, o que equivale a toda a produção da África Subsaariana no mesmo período. O órgão alerta que enquanto esse desperdício continua sendo registrado, uma em cada sete pessoas no mundo passa fome e mais de 20 mil crianças com menos de 5 anos morrem todos os dias por desnutrição.
“Devido a esses enormes contrastes entre estilos de vida e os efeitos devastadores sobre o meio ambiente, o tema deste ano — Pensar. Comer. Conservar — procura prover maiores informações sobre os impactos ambientais das escolhas que são feitas em relação à comida e, consequentemente, conscientizar sobre essas decisões”, destacam os órgãos no site criado.
A intenção da ONU é mostrar que qualquer pessoa pode adotar decisões conscientes, como a escolha de alimentos que tenham menor impacto ambiental para serem produzidos, como os orgânicos que não usam produtos químicos, e os produzidos no próprio país onde vive. “É importante pensar antes de comer e, assim, ajudar a conservar o meio ambiente”, acrescentam nos documentos.
A adoção de algumas mudanças nos processos produtivos, estimuladas pelo governo da Mongólia, fez com que o país fosse escolhido para sediar o lançamento este ano. Os principais setores da economia do país asiático estão recebendo incentivos para uma transição para a economia verde.
Dirigentes do Pnuma acreditam que, sendo sede do evento oficial do Dia Mundial do Meio Ambiente, o governo da Mongólia tem a oportunidade de mostrar ao mundo que a transição para a economia verde é possível a qualquer setor. Recentemente, o governo aprovou uma lei contra a poluição atmosférica. Há três anos, a Mongólia suspendeu todos os pedidos de criação de minas de carvão até que uma legislação atualizada fosse estabelecida.
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