Uma das propostas centrais da Rio +20 é o crescimento sustentável das nações, ação que não pode acontecer desvinculada de iniciativas que garantam qualidade de vida e respeito ao meio ambiente, como quer assegurar o sétimo Objetivo do Milênio. O ideal de respeitar o meio ambiente e o desafio de assegurar condições viáveis para o bem estar da vida humana tem implicação direta com a guerra contra o desmatamento.
No Brasil, antes do início da Rio +20, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou pela primeira vez um panorama com os dados de desmatamento no país. Além da Amazônia, outros biomas também aparecem no relatório:
- Mata Atlântica: apenas 12% da área original da Mata Atlântica, o bioma mais devastado do País, estão preservados. De 1,8 milhão km², sobraram 149,7 mil km². A área desmatada chega a 1,13 milhão km² (88% do original). Isso corresponde quase ao estado do Pará e mais que toda a região Sudeste. Os dados são de 2010;
- Pampa gaúcho: o mais desmatado. Já perdeu 54% de sua área original, de 177,7 mil km² até 2009;
- Cerrado: o segundo maior bioma do País, chegou a 49,1% de desmatamento em 2010. Em 2008, o IBGE havia apontado devastação de 48,37% do Cerrado. Em dois anos, foram desmatados 52,3 mil km² – quase o Estado do Rio Grande do Norte.
- Caatinga: perdeu 45,6% de seus 826,4 mil km² originais.
- Pantanal: o menor e mais preservado bioma perdeu 15% da área total de 150,4 mil km². As informações referem-se a 2009.
Na Amazônia Legal (área de 5,2 milhões de km², que vai além do bioma Amazônia e inclui uma parte do Cerrado), embora o ritmo de desmatamento venha diminuindo ano a ano desde 2008, a perda de vegetação original chegou a 14,83% em 2011, segundo estimativa divulgada na IDS 2012, do IBGE. Na pesquisa anterior, o índice estava em 14,6% em 2009. Em 1991, a devastação total da Amazônia Legal era de 8,38%. Entre 2009 e 2011, a área desmatada passou de 741,6 mil para 754,8 mil km². São 13,2 mil km², mais que a cidade de Manaus, em vegetação nativa perdida.
Acesso a água potável
Mesmo com o número de pessoas sem acesso a água potável menor, segundo a Organização das Nações Unidas, a estimativa é que até 2015, 92% da população mundial tenha acesso à água potável. Mas ainda existem 783 milhões de pessoas, ou 11% da população mundial, que não têm acesso a ela, o que levou duas agências das Nações Unidas (Unicef e OMS) a pedirem “mais esforço e mais fundos” para esta causa.
“O acesso à água potável é um dos determinantes de saúde mais importante”, e “reduz de maneira exponencial o risco de contrair doenças”, afirmou em entrevista coletiva a diretora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS, Maria Neira.
“Mais de 3 mil crianças morrem diariamente por doenças que provocam diarreia e que são transmitidas por não contarem com água potável e saneamento adequado, elementos essenciais para a sobrevivência”, disse o diretor do departamento de Água e Saneamento do Unicef, Sanjay Wijesekera.
Saneamento básico
“Promover o desenvolvimento sustentável, reduzir a perda de diversidade biológica e reduzir pela metade, até 2015, a proporção da população sem acesso a água potável e esgotamento sanitário”.
A ONU, diz ainda que, apenas 63% dos habitantes do planeta têm acesso ao saneamento, um número que só chegará a 67% em 2015, muito abaixo do alvo de 75% que propõem os Objetivos do Milênio. Dos 1,1 bilhão de pessoas que ainda fazem suas necessidades fisiológicas ao ar livre, a grande maioria (949 milhões) vive em zonas rurais.
Essa situação também ocorre em regiões com altos níveis de acesso à água potável, como por exemplo, 17% da população rural da América Latina e do Caribe e 9% no norte da África. Até mesmo em países com economias de rápido crescimento há um grande número de pessoas que recorre a essa prática: 626 milhões na Índia, 14 milhões na China e 7,2 milhões no Brasil.
O que pode ser feito?
- Fazer campanhas de uso racional de água e energia;
- Realizar mutirões de limpeza e rearborização de praças, rios e lagos;
- Contribuir com a limpeza da cidade, praticando ações simples como não acumular lixo em casa, ruas, terrenos, praias, rios e mares. Não jogar lixo pela janela;
- Utilizar a água que sobrou da chaleira, do cozimento de ovos e da lavagem de vegetais para aguar plantas. Armazenar água da chuva, em recipientes fechados, para lavar carros e calçadas, economizando água – recurso natural limitado – nas ações cotidianas;
- Diminuir o uso de energia elétrica entre 6 e 9 horas da noite. Desligar aparelhos que não estão sendo usados, economizando e evitando a falta de energia elétrica.
- Economizar papel. Imprimir apenas documentos importantes e procurar usar os dois lados da folha. O verso de uma folha pode ser usado como rascunho, bloco de recados ou para os desenhos das crianças;
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Fotos: Reprodução