Estão cada vez mais escassas as possibilidades de limitar o aquecimento global a 2º graus Celsius (°C), alerta relatório das Nações Unidas divulgado ontem (5), a seis dias do início da 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que começa na próxima segunda-feira (11) em Varsóvia, na Polônia.
Para o secretário executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, “o desafio que enfrentamos não é técnico, é político”, disse durante a apresentação do relatório, na terça-feira, em Berlim, Alemanha.
O documento revela que mesmo que os países cumpram com os acordos de redução das emissões, os gases emitidos na atmosfera serão entre 8 a 12 bilhões de toneladas mais elevadas do que as metas definidas para 2020.
Os cientistas estimam que, se o aquecimento global ficar abaixo dos 2°C, as piores consequências poderão ser evitadas, mas, segundo o relatório, isso implicaria reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 14% até 2020.
Segundo o relatório de 2013, as emissões atingirão cerca de 59 bilhões de toneladas até 2020, 1 bilhão a mais do que previa o relatório do ano passado. O documento divulgado anualmente.
O relatório, publicado às vésperas da COP-19, alerta que o setor agrícola, responsável por 11% das emissões de gases de efeito estufa, tem muito a fazer no que diz respeito à redução das emissões.
Mais de 190 Estados vão se reunir na próxima semana, em Varsóvia, para continuar as negociações com a meta de chegar, até 2015, a um acordo global sobre o clima que deverá entrar em vigor só em 2020.
China
Para o Pnuma, alcançar a meta ainda é tecnicamente possível. O órgão aponta como aumento, entre outros fatores, os novos dados sobre a China e a uma atualização dos modelos utilizados.
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