Estresse na infância pode estar relacionado ao parto prematuro

Comportamento|Mulher|Saúde


Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, acreditam que o estresse em crianças pode estar relacionado ao parto prematuro. Segundo o professor de ginecologia e obstetrícia David Olson, que estuda os efeitos negativos do estresse crônico, os efeitos causados pelo nascimento prematuro podem acompanhar os pacientes até a vida adulta.

O estudo foi realizado com mais de 200 mulheres da cidade canadense de Edmonton, das quais um terço deu à luz a crianças prematuras. Todas as voluntárias tiveram que responder a um questionário sobre os níveis de estresse em diferentes fases da vida, além de terem relatado suas experiências e comportamentos pessoais.

O resultado sugere que a maioria dos problemas comportamentais surgiram antes dos 18 anos e que essas adversidades podem ter impactado a saúde das mulheres, incluindo a gestação. “O estresse, em geral, é um importante fator para o parto prematuro. Entretanto, mulheres expostas a duas ou mais experiências adversas durante a fase de crescimento podem apresentar ainda mais riscos de darem à luz um bebê prematuro”, revelou o especialista.

Parto prematuro 2Os pesquisadores acreditam que as entrevistas médicas nas consultas pré-natais podem esclarecer melhor a relação entre problemas de saúde na infância da mulher e possíveis riscos para o bebê. “Ao saber que há risco, a mulher já pode adotar medidas simples de prevenção antes da gravidez”, disse Olson.

Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de crianças nascem prematuras por ano, sendo esta a principal causa de morte de crianças com menos de cinco anos de idade.

Os bebês que sobrevivem ao nascimento prematuro também apresentam mais riscos de desenvolver futuramente doenças pulmonares, cardiovasculares e metabólicas — como diabetes —, além de problemas cognitivos e comportamentais.

Embora estes resultados abram caminho para a compreensão do parto prematuro, ainda são necessárias mais respostas. A ideia do grupo de cientistas agora é explorar se recordar momentos ruins também pode ter impactos na saúde da mulher.

 

Fotos: Reprodução. 

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