Todos sabem que o cigarro é um grande vilão para a saúde de qualquer pessoa. Pesquisas também já apontaram que o fumante passivo corre risco maior de sofrer infarto e de desenvolver câncer de pulmão. Para quem fuma e tem filhos, uma nova pesquisa divulgada nesta semana aponta que crianças expostas ao tabaco, antes e após o nascimento, teriam praticamente duas vezes mais riscos de ter problemas de comportamento, como serem mais medrosas, raivosas ou briguentas.
É o que revela um estudo que foi realizado na França com mais de 5.200 crianças em idade escolar e constatou que, assim como nos adultos, a fumaça do cigarro favorece a ocorrência de asma nos pequenos e o nascimento de bebês com baixo peso quando as mães fumam durante a gravidez.
Entretanto, o Instituto Nacional de Pesquisa Médica e Saúde da França (Inserm), responsável pela pesquisa, ressaltou que o papel potencial da fumaça do cigarro no ambiente sobre os comportamentos é muito pouco conhecido. Segundo os pesquisadores, as crianças expostas ao tabaco seriam mais agressivas, coléricas, desobedientes, briguentas e mais frequentemente inclinadas às mentiras e às trapaças, e até mesmo a pequenos furtos.
Das crianças avaliadas no estudo, 13% tinham problemas de conduta e 15% problemas emocionais – quer tenham sido expostas ou não ao tabaco. Ao todo, 20% das crianças avaliadas no estudo foram expostas à substância, tanto durante a gravidez (mãe fumante) quanto nos primeiros meses de vida.
Os fatores habituais (nível social, prematuridade, nível de educação, etc.) que poderiam influenciar nos resultados foram levados em conta, com exceção do estado mental dos pais (depressão).
O estudo traz diversos motivos a mais para evitar o tabagismo passivo, portanto, os pais não devem esquecer que prejudicam tremendamente a saúde de suas crianças ao expô-las ao tabaco. E não adianta acender o cigarro na sala de jantar enquanto a criança dorme no quarto! A fumaça do cigarro se espalha pelo ar e seus efeitos permanecem no ambiente por muito mais tempo depois de fumar.
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