Maior torre de pesquisa climática do mundo deve operar na Amazônia em 2016

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Para medir os ventos que sopram a 325 metros acima do solo da Amazônia – e que não têm a mesma carga de partículas e poluição dos que circulam mais próximos à floresta tropical brasileira, o Brasil, em parceria científica com a Alemanha, começa a instalar equipamentos necessários para compreender melhor a questão do aquecimento global.

O Observatório de Torre Alta da Amazônia (ATTO, na sigla em inglês) é a maior estrutura do mundo dedicada a entender a interação entre a biosfera e a atmosfera, e busca coletar dados sobre gases de efeito estufa, partículas de aerossóis, propriedades de nuvens, processos de camada-limite e transporte de massas de ar. 

Os 325 metros da estrutura, mesmo tamanho da Torre Eiffel, vão permitir monitorar uma área de cerca de mil quilômetros quadrados (km²), algo inédito, que irá cobrir a deficiência existente na cobertura feita por satélites e outros instrumentos, já que o monitoramento do ar feito a partir da altura das torres atuais sofre influência do ciclo da floresta tropical, durante o processo de fotossíntese, em que consome tanto o dióxido de carbono (CO2) produzido por ela quanto o presente na atmosfera.

O coordenador do projeto e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Antonio Manzi, avalia que o tipo de informação da nova torre será superior ao já realizado por duas estruturas de 80 metros instaladas na  Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, onde a Torre Alta da Amazônia foi colocada.

“A torre vai permitir um melhor conhecimento de mecanismos de medição de gases do efeito estufa. Isso será importante para criar modelos mais realistas do que acontece na atmosfera em termos de clima, poluição, qualidade do ar e transporte de poluentes”, afirma.

Torre Alta da Amazônia 2

A Torre Alta da Amazônia é uma parceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Inpa, a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) e os institutos alemães Max Planck de Química e de Biogeoquímica.

O orçamento estimado no investimento da torre é de R$ 26 milhões, dividido em partes iguais entre os governos brasileiro e alemão. Outros R$ 2 milhões foram aplicados na infraestrutura da região da reserva onde o equipamento é instalado. A previsão é de que tudo estará pronto até o final de 2016.

Fotos: Reprodução. 

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