A nova moda (bizarra) no trânsito: por que motoristas estão usando máscaras e balaclavas

Bizarro
máscaras banco passageiro

Uma nova tendência tomou conta das redes sociais brasileiras e virou assunto nacional: motoristas usando máscaras — às vezes assustadoramente realistas — no encosto de cabeça do banco do passageiro. O motivo? Fingir que não estão sozinhos. A moda ganhou força em 2025 e se espalhou pelo país como uma tentativa improvisada de evitar assaltos no trânsito, especialmente em semáforos, congestionamentos e vias de risco.

Mesmo que pareça saída de comédia de TV, a tática atraiu curiosos, viralizou em vídeos e gerou debates entre especialistas em segurança. Afinal, criar um “passageiro fantasma” dentro do carro funciona ou só aumenta a sensação de proteção?

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Por que essa moda surgiu e viralizou tão rápido

A ideia não é nova, mas nos últimos meses, a prática se tornou comum em cidades grandes como São Paulo e Rio de Janeiro, onde motoristas dirigem sozinhos com frequência, especialmente à noite. As pessoas começaram a usar balaclavas, máscaras masculinas 3D, rostos impressos em tecido e até acessórios com gorro ou boné. A intenção é simples: se criminosos procuram carros com apenas um ocupante, criar a ilusão de que há mais alguém a bordo poderia desencorajar uma abordagem.

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A viralização aconteceu por três motivos claros. Primeiro, pelo humor inevitável de ver máscaras bizarras encarando o trânsito. Depois, pela sensação de identificação, já que a insegurança urbana é realidade para milhões de brasileiros. E, por fim, pela criatividade típica do país: vídeos mostrando “passageiros falsos” se tornaram quase um gênero de entretenimento.

Mas isso realmente funciona?

Apesar da popularidade, não existe nenhuma evidência de que o truque proteja de forma consistente. Especialistas lembram que criminosos experientes são dificilmente enganados por manequins improvisados. A ilusão pode até funcionar em situações pontuais, quando o assaltante está à distância ou observa rapidamente, mas não substitui estratégias reais de segurança.

Além disso, a sensação de proteção pode ser enganosa. Muitos motoristas relatam que se sentem mais seguros ao usar as máscaras, mas essa confiança extra pode levar a comportamentos menos cautelosos — exatamente o oposto do desejado em áreas perigosas.

Há alguma implicação legal em usar máscaras no banco do passageiro?

A princípio, usar objetos decorativos ou máscaras presas ao encosto não é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro. A exceção aparece se o acessório atrapalhar o campo de visão, interferir em equipamentos obrigatórios ou for usado para fraudar fiscalização — como tentar enganar contagem de passageiros em rodízios ou zonas específicas. Fora isso, o uso é considerado livre.

No entanto, especialistas alertam para outro ponto: em eventuais abordagens policiais, a presença de um “boneco” ou máscara precisa ser claramente identificável para evitar mal-entendidos. Em outras palavras, a criatividade tem limites e exige responsabilidade.

Seja como for, a solução improvisada fala sobre um país em que as pessoas buscam estratégias imediatas — mesmo que artesanais — para lidar com a violência urbana.

Ao mesmo tempo, a tendência reforça uma característica profundamente brasileira: o humor como mecanismo de sobrevivência. Mesmo diante do medo, a criatividade vira meme, alívio, protesto silencioso e tentativa de autoproteção.

Você já adotou alguma tática desse tipo?

Fotos: Reprodução

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