Um estudo realizado na Grã Bretanha com universitárias da London School of Economics concluiu que mulheres cultas têm um estilo de vida diferente, que as expõe ao consumo de álcool. De acordo com a pesquisa, essas mulheres também são mais propensas a admitirem problemas envolvendo o abuso da substância.
Os pesquisadores avaliaram milhares de pessoas, de ambos os sexos, nascidas em uma mesma semana de 1970, na Grã-Bretanha, anos antes de os voluntários chegarem à vida adulta. O relatório concluiu que quanto mais culta for uma mulher, maiores as chances de ela beber semanalmente (71%), e que esse fator é bem mais influente entre o público feminino do que entre o masculino.
Para a psicóloga Clarice Sandi Madruga, esse fator está diretamente relacionado às conquistas sociais das mulheres. “Com as melhores oportunidades no mercado de trabalho e com a melhor remuneração veio um efeito colateral, que é o aumento no consumo de substâncias psicotrópicas”, diz Clarice.
As responsáveis pelo estudo, Francesca Borgonovi e Maria Huerta, afirmaram que existem várias explicações para a relação entre os estudos e a bebida. Elas disseram que as mulheres com maior grau de escolaridade tendem a ter filhos mais tarde, o que adia a responsabilidade da maternidade.
Conforme afirmam as pesquisadoras, essas mulheres ,que geralmente cresceram em famílias de classe média e comumente viram seus pais ingerirem álcool durante a infância, têm uma vida social agitada e seu ambiente de trabalho é dominado por homens, cuja cultura do “happy hour” já faz parte também da rotina delas.
Segundo um levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), 39% das brasileiras são consumidoras regulares de álcool e 3,2% delas apresentam algum transtorno relacionado a substância.
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