O Brasil precisa de outros “Gramachos”?

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No dia 3 de junho, uma cerimônia fechou oficialmente o Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O aterro funcionava desde 1976 e, recebia até abril de 2011, quando começou a ser fechado gradativamente, aproximadamente 9.500 toneladas de lixo domiciliar por dia. Cerca de 1.800 catadores de material reciclado foram afetados diretamente pelo fechamento do Gramacho. Pessoas que trabalhavam em condições totalmente insalubres.

Presente no dia do fechamento do aterro, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o local será um exemplo de recuperação de passivo ambiental. “Gramacho será uma referência em termos de desenvolvimento sustentável, e servirá de referência para outros lixões do País”, disse. O aterro funcionava às margens da Baía de Guanabara em uma área de mangue. O vídeo a seguir mostra qual o projeto do governo para o Gramacho.

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O fechamento do Aterro Sanitário de Gramacho deixa grandes questionamentos no ar, como o que fazer com o lixo? De quem é a responsabilidade? Não se trata apenas de fechar um aterro para criar outros, mas de gerir de forma sustentável o lixo nas cidades; capacitar pessoal para fazer o trabalho de coleta seletiva; investir nas cooperativas de reciclagem; e, sobretudo, educar a população para manusear de forma correta os resíduos que produz. No final das contas o dever e cuidado com o lixo é de todos, poder público e sociedade civil.

A vida de um aterro sanitário não termina quando ele deixa de receber lixo, pelo contrário, ela se perpetua por muitos anos, já que tanto os gases como o chorume, líquido oriundo da decomposição do lixo, continuam sendo produzidos e se não cuidados de forma correta podem causar mais desastres ambientais.

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Aterros no Ceará
No Ceará, um consórcio entre municípios e a Secretaria das Cidades foi criado para construir 30 aterros sanitários regionais. O objetivo é dar um fim sustentável para os resíduos sólidos produzidos no estado, com produção de energia renovável e geração de créditos de carbono. Dos 30 projetos, 26 já estão criados legalmente, afirma o secretário estadual das Cidades, Camilo Santana.

Segundo Santana, 11 projetos de aterros sanitários já estão sendo construídos em diferentes regiões do estado. O mais adiantado e que deve ficar pronto em outubro deste ano, é o Aterro do Cariri que vai beneficiar dez municípios da Região do Cariri.

História dos aterros sanitários em Fortaleza
O aterro sanitário do Jangurussu foi o que mais tempo ficou em atividade na Capital. Projetado inicialmente para funcionar durante dez anos, ele teve uma vida útil de 20 anos. Em seu tempo de funcionamento pleno, e sendo o único aterro sanitário de Fortaleza, recebia uma média diária de 3.300 toneladas de lixo, distribuída numa área de 21,6 hectares.

Depois de ter seu potencial sobrecarregado pela falta de manutenção, de ser foco de doenças e devido aos incêndios descontrolados que ocorriam por conta da combustão do metano, ele teve seu status rebaixado de aterro sanitário para “lixão”. Em 1998 o local foi desativado em uma negociação que tinha começado um ano antes.

– 1956 a 1960 – Lixão do João Lopes, Monte Castelo, foi o primeiro da capital.

– 1961 a 1965 – Lixão da Barra onde surgem os primeiros catadores vindos do interior, devido ao êxodo.

– 1966 a 1967 – Lixão do Buraco da Gia, no bairro Antônio Bezerra.

– 1968 a 1977 – Lixão do Henrique Jorge com o primeiro coletor compactador do Estado.

– 1978 a 1998 – Lixão do Jangurussu nas proximidades do Rio Cocó.

– 1998 – Aterro Sanitário Metropolitano Oeste de Caucaia (ASMOC) começa a receber o lixo de Fortaleza.

– 1999 – Sistema de gerenciamento de resíduos sólidos planejado para Fortaleza e sua região metropolitana: usina de triagem, estação de transbordo, incinerador e três aterros sanitários: Caucaia, Maracanaú e Aquiraz.

 

Fotos e vídeo: reprodução

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