Protesto contra corte de árvores centenárias em Juazeiro

EcoFriendly

Equipamentos públicos serão construídos em área verde da cidade de Juazeiro do Norte.

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O movimento SOS Parque das Timbaúbas é formado por cerca de 40 pessoas, e foi criado a partir de denúncias da derrubada de árvores centenárias para construção de equipamentos públicos na única área verde da cidade de Juazeiro do Norte. O grupo alega que as construções podem trazer danos ao meio ambiente, e ainda ocasionar o desaparecimento do aquífero localizado no subsolo do parque, que abastece o município. Segundo os integrantes do movimento em defesa do parque, a obra faz parte da construção de um Centro de Reabilitação Motora, uma Oficina de Órteses e Próteses, além de uma piscina semiolímpica com arquibancada e estacionamento. Um documento será encaminhado pelo grupo, ao prefeito Raimundo Macêdo, solicitando uma paralisação imediata das obras.

A concretização das obras pode ocasionar a destruição de uma área estimada em cerca de 6,3 mil m². Para a bióloga Neiliane Bezerra, mestranda em Desenvolvimento Regional Sustentável, pela Universidade Federal do Cariri (UFCA), a obra pode gerar danos irreparáveis ao meio ambiente. “Permitir a manutenção da derrubada de árvores no Parque das Timbaúbas pode trazer prejuízos muito sérios, já nos próximos anos, ao meio ambiente e, consequentemente, a toda a população do município. As obras que estão na iminência de serem construídas no parque ocasionarão, na verdade, grande ônus”, afirma a bióloga. Segundo ela, as construções da piscina semiolímpica, bem como das arquibancadas impedirão que haja a permeação das águas provenientes de chuvas, responsáveis, também, pela formação do lençol freático que abastece grande parte da cidade. A bióloga afirmou que a construção destes equipamentos  e o corte das árvores ocasionarão um volume elevado de evaporação da água presente no subsolo.

Outro integrante do grupo, o Fernando Gomes, destacou a existência de outras áreas pertencentes ao município, que podem ser utilizadas para a construção deste projeto da prefeitura. Fernando disse que a área do parque é protegida pelo decreto municipal nº 1.183, de 23 de março de 1995, e que não entende a autorização para a construção nesse espaço.

Silva Lima, secretário executivo da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Serviços Públicos (Semasp), negou que a administração tenha determinado o corte de árvores centenárias. Mas admitiu que houve autorização para a derrubada de três árvores da espécie sabiá. “O objetivo é favorecer a população que já possui o hábito de visitar o parque e, ainda, se for possível, ampliar o número de pessoas circulando no local”, afirmou. O secretário também declarou que nenhum crime foi cometido, pois árvores como jatobá, ipê ou timbaúba não foram derrubadas. “Os cortes só foram permitidos porque há um equipamento sendo construído no interior do parque objetivando a revitalização deste equipamento, a partir de uma maior movimentação de público no local”, destacou. Para o secretário as denúncias são inverídicas, e a Semasp possui várias estufas para a produção de mudas de diferentes espécies. Ainda afirmou que seria possível plantar mil espécies variadas.

 

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