Protocolo de Kyoto é estendido até 2020, mas compromete poucos países

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Depois de demorar mais do que o previsto, com negociações que viraram a noite, terminou no último sábado (8), em DOHA, no Qatar, a 18ª Conferência do Clima da ONU (COP-18). Os mais de 190 países participantes concordaram em prorrogar o Protocolo de Kyoto até 2020, uma boa notícia, se isso resultasse em ações práticas, mas o gesto não passa de uma decisão simbólica.

O único tratado internacional que compromete os países industrializados com a redução da emissão de gases de efeito estufa termina mais fragilizado do que antes. Assinado em 1997, o protocolo expiraria no final de 2012. Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia, à época não assinaram o acordo, os Estados Unidos nunca o ratificaram, a COP-18 marcaria o futuro do tratado.

Mesmo com a aprovação coletiva para dar continuidade ao protocolo de 1 de janeiro de 2013 e até 31 de dezembro de 202, só 36 países se comprometeram: Austrália, Noruega, Suíça, Ucrânia e todos os integrantes da União Europeia. Países que juntos, só respondem por apenas cerca de 15% do total de emissões de gases de efeito estufa de todo o mundo.

Algumas das decisões:

  • O segundo período de compromissos terá oito anos de duração;
  • Manter o financiamento de US$ 10 bilhões por ano que devem ser doados pelos países desenvolvidos como auxílio no combate à mudança climática nas nações em desenvolvimento;
  • Os países revisarão suas metas sob o Protocolo até 2014.

 

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU. Parabeniza as negociações, mas ressalta que as decisões tomadas em Doha exigem comprometimento de todas as nações. “Doha concluiu com sucesso negociações de eventos anteriores e pavimentou o caminho para um acordo até 2015. Porém, mais precisa ser feito pelos governos, empresas, sociedade civil e cidadãos para limitar o aquecimento global em 2ºC”, afirmou.

As opiniões dos participantes, mesmo divergentes, concordam em um ponto: primeiro de que deveriam ter sido mais ousados, mas que ter conseguido uma sobrevida para o protocolo foi bastante positivo. “Queríamos mais. Acreditamos que é necessário mais. Mas também acreditamos que uma Conferência que garantiu o segundo período do Protocolo de Quioto é, por definição, um sucesso, disse a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira.

“O Brasil está trabalhando com sucesso para reduzir o desmatamento. Infelizmente, não vemos a mesma disposição dos países desenvolvidos, que estão fugindo de seus compromissos. Não estão tomando a liderança nem dão suporte às nações em desenvolvimento para ações de mitigação e adaptação”, pontuou na plenária Teixeira.

Resta agora que os países que se comprometeram com o Protocolo de Kyoto realmente intensifiquem com ações práticas o seu compromisso. Além disso, é preciso cobrar das nações mais poluentes sua parcela na mudança de posturas e adesão à causa do clima do clima no mundo.

 

Foto: reprodução

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