Mudanças climáticas e os extremos meteorológicos estão entre os mais prováveis
De acordo com o relatório Riscos Globais 2014, publicado pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), os riscos mais prováveis que o mundo enfrentará este ano são a disparidade de renda, a falta de emprego e as mudanças climáticas e os extremos meteorológicos. Ao todo, foram apontados 31 riscos diferentes com potencial de causar muito impacto para os países e indústrias avaliadas.
A pesquisa, que foi realizada por 700 especialistas, mostra que os riscos são econômicos, ambientais, geopolíticos, sociais e tecnológicos. De todos, os eventos climáticos extremos foram apontados como os mais prováveis para o planeta, podendo criar choques sistêmicos em escala global. Ele foi o mais provável na categoria ambiental, ficando em segundo lugar geral em probabilidade, perdendo apenas para a desigualdade econômica.
Mais um grande risco são as mudanças climáticas, que ficou em quarto como risco mais provável e o segundo maior em possibilidades. De acordo com o relatório, ele tem muita influência sobre os eventos climáticos extremos, podendo, juntos, se tornarem o maior risco enfrentado hoje.
Outros riscos ambientais de relevância apontados pelo relatório são uma maior incidência de catástrofes naturais, uma maior ocorrência de desastres causados pelo ser humano e uma crise híbrida. Todos esses têm potencial de causar um impacto cada vez maior à medida que o desenvolvimento mundial se acelera.
Riscos de conflitos sociais motivados pela disparidade de renda, riscos econômicos da falta de emprego e de uma crise fiscal, e também as ameaças tecnológicas de ataques cibernéticos e um colapso na infraestrutura de informações essenciais foram apontados.
“Riscos econômicos, sociais e ambientais dominam a lista dos riscos globais com os quais os respondentes [da pesquisa] estão mais preocupados, com a crise fiscal emergindo como a questão principal [em impacto]”, colocou o Fórum Econômico Mundial. Já o economista-chefe do FEM, Jennifer Blanke, observou que “cada risco considerado nesse relatório tem o potencial para o fracasso em escala global; contudo, é a sua natureza interconectada que torna as implicações negativas [desses riscos] tão pronunciada, já que juntos eles podem ter um efeito aumentado”, ressaltando, ainda, que “é de vital importância que as partes interessadas trabalhem juntas enfrentar e se adaptar à presença dos riscos globais em nosso mundo hoje”.
O relatório ainda afirma que um acordo juridicamente obrigatório para combater as mudanças climáticas pode não ser a melhor estratégia para resolver o problema, levando em consideração que tratados regionais e mais simples podem ser mais eficientes.
“Tal resposta intergovernamental e público-privada heterogênea e diversa ao risco das mudanças climáticas poderia oferecer mais resiliência e flexibilidade ao desafio dinâmico das mudanças climáticas do que um quadro global homogêneo e único”, afirma o documento.
Foto: Reprodução