Cada vez mais as pessoas tem procurado auxílio e tratamento quando o assunto é saúde mental. Afinal, a saúde da mente é tão importante quanto a do corpo físico e é para isso que existem campanhas como o Setembro Amarelo e mesmo o Janeiro Branco. Pois bem, nos Estados Unidos, cientistas desenvolveram uma espécie de dispositivo que tem obtido bons resultados no controle da Síndrome do Pânico e do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT).
Na verdade, o dispositivo é uma espécie de aplicativo que, ao longo de 28 dias, ajuda o paciente através da chamada “respiração guiada por capnometria”. Trata-se de um protocolo de autorregulação que faz com que os pacientes consigam controlar e normalizar sua respiração. Isso porque, em um grande número de casos, crises de Síndrome do Pânico e de TEPT levam a uma hiperventilação, que resultam em desequilíbrio dos níveis de oxigênio e gás carbônico na corrente sanguínea, o que leva a uma dificuldade de lidar com sintomas como estresse, ansiedade e pânico.
Como o aplicativo para lidar com Síndrome do Pânico funciona
Após conectado ao dispositivo, o aplicativo é capaz de captar em tempo real a frequência respiratória do paciente, bem como seus níveis de dióxido de carbono, tudo através de um pequeno tubo inserido no nariz. Com base nessas informações, uma série de pequenos exercícios de respiração são passados ao paciente, dando a ele não apenas uma melhor capacidade respiratória como, também, a sensação de estar no controle da situação. Isso faz com que o paciente se sinta menos ansioso e mais confortável.
Cerca de 65% dos pacientes com Síndrome do Pânico e 72% dos que apresentavam TEPT responderam bem ao tratamento. Além disso, quase 75% dos participantes aderiram ao protocolo do estudo, com baixos índices de abandono. Ou seja, a grande maioria seguir o programa de exercícios, sem abandonar o tratamento. A breve duração do tratamento, as altas taxas de adesão e o benefício clínico sugerem que a intervenção respiratória guiada por capnometria traz um acréscimo importante às opções terapêuticas para o transtorno de pânico e o transtorno de estresse pós-traumático”, escreveram os pesquisadores.
O dispositivo já foi aprovado pelo Food and Drug Administration (FDA), uma espécie de ANVISA dos EUA e já está em uso entre veteranos de guerra desde 2018, com bons resultados. O tratamento, inclusive, já é coberto por alguns planos de saúde norte-americanos. Espera-se que em breve o serviço seja ampliado bem como mais países possam adotar o dispositivo neste tipo de tratamento. Uma grande esperança para quem sofre com esses transtornos!
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