Embora seja um tratamento eficaz para muitos tipos de câncer, a quimioterapia, assim como outros tratamentos, pode causar efeitos colaterais. Os sintomas e a intensidade variam de pessoa para pessoa, conforme o tipo, a localização do câncer, a dosagem utilizada no tratamento e a saúde da pessoa, mas o que se sabe bem é que os efeitos são bastante desagradáveis.
A novidade é que uma droga de produção inédita no Brasil, que promete reduzir os efeitos colaterais do tratamento de câncer, deve chegar ao mercado no ano que vem, depois de ter sido aprovado há pouco mais de um mês pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Foram dez anos de pesquisas até que o Fiprima (filgrastim) ficasse pronto para ser comercializado pela industria farmacêutica. A droga é o primeiro medicamento biossimilar inteiramente desenvolvido no Brasil – e o primeiro da América Latina. Biossimilares são parecidos a medicamentos biológicos, que por sua vez são produzidos a partir de um organismo vivo, e não apenas por meio da manipulação química de sais em laboratório. Isso torna o seu desenvolvimento muito mais complexo. Em todo o mundo existem apenas 20 biossimilares registrados, incluindo o Fiprima, que são considerados uma nova fronteira para a indústria farmacêutica global.
A novidade é uma versão de um medicamento biológico originalmente desenvolvido pela Roche, cuja patente expirou no início dos anos 2000. Ela é indicada para pacientes que apresentam o sistema imunológico comprometido pela realização de tratamento quimioterápico e permite o restabelecimento da imunidade, evitando o surgimento de doenças infecciosas oportunistas.
O Fiprima foi desenvolvido pela Eurofarma. Por meio de um acordo de transferência de tecnologia, será produzido pela Fiocruz e distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O remédio é fundamental para os pacientes submetidos a tratamentos quimioterápicos com contagem muito baixa dos glóbulos brancos.
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