Muito se fala sobre o fato de que as mulheres estão alcançando os homens e ficando nos mesmos níveis que eles em relação à posição no mercado de trabalho, cargos e salários. Porém, a coisa ainda não é bem assim.
Quando se trata de presença de mulheres na direção de empresas é ainda pior.
Segundo uma pesquisa feita pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e publicada este mês, no ritmo atual levaria entre 100 e 200 anos para se alcançar a igualdade de gênero nos altos cargos das companhias.
A pesquisa, realizada entre 1,2 mil empresas de 39 países em todas as regiões do mundo, comprovou que em 30% de empresas entrevistadas não havia nenhuma mulher em sua direção e que em 65% das companhias as mulheres representavam menos de 30% de todos os diretores.
De acordo com informações da Organização Internacional do Trabalho, 30% de mulheres entre todos os diretores é a ‘massa crítica’ necessária para que as opiniões delas sejam levadas em conta na gestão das empresas.
Países como México, Brasil, Espanha e China se encontram no grupo de países onde as mulheres ocupam entre 5% e 10% dos assentos nas direções. Em outros lugares do mundo a situação chega a ser ainda pior. É o caso de Chile, Índia, Japão e Rússia, onde a presença feminina nas diretorias chega a menos de 5%.
Quando falamos em nível global, apenas 5% dos diretores executivos das principais corporações são mulheres, ou menos. Isso ressalta o fato de que quanto maior a empresa, menor a probabilidade de que ela seja dirigida por uma mulher, de acordo com a OIT.
Dos 44 países onde foi realizada a pesquisa, em 19 deles não havia nem uma empresa na qual uma mulher estivesse na liderança da direção.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o fato de que as mulheres têm mais responsabilidades familiares do que os homens, o predomínio da cultura empresarial masculina e a falta de estímulo para que os homens peçam licenças relacionadas com suas responsabilidades familiares ainda são alguns dos obstáculos evidentes que dificultam a colocação das mulheres em altas posições empresariais.
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