
Uma das séries de maior sucesso da Netflix em 2020, sem dúvidas, foi O Gambito da Rainha. Estrelada por Anya Taylor-Joy, a série retrata a história inspiradora de uma jovem que foi de órfã abandonada a rainha do xadrez mundial. A série conquistou o público e a crítica especializada, e está concorrendo em 18 categorias no Emmy. Mas a Netflix agora está amargando um processo judicial por conta da série, movido por uma das maiores enxadristas do mundo – que é citada na obra.
Nona Gaprindashvili foi uma das maiores enxadristas – que se dedica a jogar xadrez – do mundo na década de 1970. Inclusive, ela chegou a receber o título de Grande Mestre do Xadrez, em 1978. E é ela quem está processando a plataforma de streaming, acusando-a de ser sexista, de tê-la difamado e menosprezado. Para quem não lembra, no último episódio de O Gambito da Rainha, há uma fala que compara a personagem de Anya Taylor-Joy, Beth Harmon, com Gaprindashvili: “A única coisa incomum sobre ela, realmente, é seu gênero. E mesmo isso não é único na Rússia. Há Nona Gaprindashvili, mas ela é a campeã mundial feminina e nunca enfrentou homens.”

Defesa de enxadrista alega sexismo e menosprezo em O Gambito da Rainha
Pronto, bastou essa fala para dar início a todo o processo. Isso porque, segundo o representando de Gaprindashvili, a enxadrista enfrentou sim homens na época em que jogava. Com isso, o processo classificou a produção como “nojenta, sexista e de menosprezo”. Além do mais, Gaprindashvili não é russa, como citado na série. Ela faz parte do povo Georgiano, que durante o séc. XX sofreu forte opressão por parte da União Soviética, local em Beth Harmon vai para disputar nos episódios finais da série.

“A Netflix descaradamente mentiu sobre as conquistas de Gaprindashvili pelo propósito barato e cínico de ‘elevar o drama’ por fazer parecer que seu herói fictício conseguiu fazer o que nenhuma outra mulher, incluindo Gaprindashvili, havia feito.”, alega a defesa. O processo pede no mínimo US$ 5 milhões em indenização além da retirada da fala em O Gambito da Rainha. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, a assessoria da Netflix declarou que “A Netflix tem o maior respeito pela senhora Gaprindashvili e sua ilustre carreira, mas acreditamos que essa queixa não tem mérito e defenderemos essa posição vigorosamente”.
Mas que polêmica, hein?
Fotos e vídeo: Reprodução