Segundou mais uma vez com o nosso Fato x Filme, trazendo as histórias reais que inspiraram filmes famosos e de sucesso. E essa semana, vamos contar a história de Lili Elbe, que foi retratada no filme de 2015 A Garota Dinamarquesa. Protagonizada por Eddie Redmayne e Alicia Vikander, a produção fez sucesso entre os críticos e também com o público, tendo levado para casa prêmios importantes, como o Oscar, o BAFTA e o Globo de Ouro.
A Garota Dinamarquesa conta a história de uma das primeiras mulheres trans a se tornarem marcantes. Nascida com o nome de Einar Wegener, foi durante o tempo em que se dedicava a estudar arte que “ele” conhecei Gerda Gottlieb. De amigos, os dois se tornaram cada vez mais próximos, chegando a se casarem. No entanto, a relação passou por um período tortuoso quando Einar confessou que se sentia como uma mulher. Gerda, porém, se tornou sua melhor amiga, musa e confidente, apoiando-a durante todo o seu processo de transição. Agora sob o nome de Lili Elbe, ela fez de tudo para conseguir adequar seu corpo biológico a como ela se sentia. Mas, infelizmente, morreu em decorrência de complicações médicas após suas cirurgias.
A verdadeira história de A Garota Dinamarquesa
Einar Mogens Wegener nasceu em 28 de dezembro de 1882 em Vjle, na Dinamarca. Desde criança, sempre mostrou ter grande habilidade artísticas. Quando adolescente, se mudou para Copenhague para estudar na Academia Real Dinamarquesa de Belas Artes, onde conheceu Gerda Gottlieb, que também estudava lá. Logo, eles começaram a se relacionar. Em 1904, quando tinha 22 anos, Einer se casou com Gerda. Ilustradora de livros e revistas de moda, Gerda pedia à seu companheiro que se vestisse de mulher para que ela a desenhasse.
Quando o casal se mudou para Paris, cerca de 10 anos depois, Lili começou a entrar cada vez mais em contato com sua feminilidade, se sentindo mais confortável na própria pele. Foi aí que ela fez sua transição de forma pública, passando a viver abertamente como mulher ao longo dos 20 anos seguintes. Na época, Lili – que também era pintora – passou também a se submeter a cirurgias de redesignação de gênero, sendo uma das primeiras a passar pelo procedimento.
O tempo passou e o casamento com Gerda chegou ao fim. A decisão foi tomada em conjunto e se deu de forma amigável. Pouco depois, Lili se envolveu com um negociante de arte, e sonhava em casar e ter filhos. A ideia de ser mãe se transformou em uma meta para ela, pois, naquele tempo, para uma pessoa ser considerada uma “mulher de verdade”, ela deveria ser capaz de ter filhos. Na década de 1930, então, ela se submeteu a um transplante de útero. A cirurgia, porém, não foi tão bem sucedida. Três meses depois, ela desenvolveu uma infecção e seu corpo começou a rejeitar o órgão transplantado. Em 1931, aos 48 anos, Lili Elbe faleceu.
Que história emocionante e quanta coragem a dessa mulher!
Fotos e vídeo: Reprodução