O câncer da mama é o segundo tipo mais frequente da doença no mundo e também o que mais acomete mulheres, sendo 1,38 milhões de novos casos e 458 mil mortes pela doença por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Baseando-se nesses dados, a Unicamp assinou um termo de cooperação com a faculdade Baylor College of Medicine (BCM), do Texas, EUA, buscando possibilitar avanços nas pesquisas do câncer de mama no Brasil.
O acordo de trabalho conjunto foi formalizado através de um documento assinado durante o encontro Meeting of Minds – Exploring Breast Cancer Research in Brazil, realizado no Hospital da Mulher Prof. Dr. José A. Pinotti. O hospital agregará as pesquisas no país, constituindo juntamente com outros países uma rede colaborativa.
A partir da assinatura, o Caism ganhará mais visibilidade, aumentando as possibilidades de submeter pesquisas às instituições estrangeiras financiadoras. “Sabe-se muito pouco sobre o câncer de mama no Brasil, sobre como nossa população reage ao câncer de mama. Temos uma etnia bastante variada e não se sabe exatamente como isso se comporta”, disse Susana Ramalho, oncologista clínica do Caism.
Com a pesquisa, a parceria também possibilitará o intercâmbio de docentes, pesquisadores e alunos de graduação, pós-graduação e pós-doutorado entre os países parceiros. Susana, que já foi orientada pelo professor Mattew Ellis, da BCM, um dos maiores especialistas em câncer de mama nos Estados Unidos, revela que esta será uma excelente oportunidade para os estudiosos, que poderão encontrar mentores de pesquisa mundo afora.
De acordo com a oncologista, o Brasil possui grandes chances de melhorar os sistemas de saúde pública em condições de baixo financiamento. “Acredito que usando princípios científicos podemos melhorar os resultados dos sistemas de saúde pública sem gastar mais dinheiro. A questão é buscar organização e realmente abraçar a ideia que podemos ir além no uso da genética como uma ferramenta de saúde pública. Muitas coisas podem ser feitas nos próximos dez anos e eu acredito que faremos uma grande diferença globalmente”.
Cerca de 50 mil novos casos dessa doença devem ocorrer por ano somente no Brasil, conforme revelou o docente do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Cássio Cardoso Filho.
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